Shogun mira aposentadoria com vitória no UFC Rio e relembra grandes momentos da sua carreira
Aos 41 anos, Mauricio Shogun está prestes a escrever o último capítulo da sua vitoriosa carreira como lutador de MMA. Neste sábado (21), o brasileiro, ex-campeão meio-pesado do UFC e do PRIDE, se despede do esporte em duelo contra Ihor Potieria no UFC 283, no Rio de Janeiro.
Antes do combate, porém, Shogun conversou com a imprensa durante coletiva do UFC Rio realizada nesta semana. Vindo de duas derrotas seguidas, o curitibano garantiu que irá em busca da vitória contra Potieria e sonha em se aposentar com um resultado positivo.
“Pra mim seria um sonho vencer e encerrar a carreira por cima. Comecei no MMA vencendo e quero sair vencendo também. Sei que será uma luta difícil, uma guerra, mas seria uma grande realização me aposentar com essa vitória. (…) Quando comecei no esporte eu nunca pensei em deixar um legado, só lutar, fazer o que eu amo, e o meu legado é a consequência disso. Faça o que você ama”, disse o brasileiro, que completou:
“Eu iniciei nas lutas no Brasil, no Meca (em 2002), então quando soube que poderia fazer a minha despedida aqui, fiquei muito feliz. Quero que o MMA brasileiro continue crescendo e eventos aqui ajudam nesse processo. Com certeza, vai ser difícil segurar (a emoção). Toda luta já é uma emoção grande, um nervosismo, mas essa tem a torcida junto, aposentadoria, então eu preciso estar focado não deixar isso pesar”.
Adversário de Mauricio Shogun, o ucraniano Ihor Potieria tem 26 anos e um cartel de 18 vitórias e três derrotas no MMA. Para muitos, ele pode ser considerado uma “pedreira”. Porém, para quem enfrentou pedreiras a vida inteira, será só mais um dia de trabalho.
“Nunca fui de escolher adversário. O UFC me ofereceu o Ihor e na hora eu aceitei. Nunca pensei em parar contra um adversário x, e sim em fazer muitas lutas, vencer e parar quando chegasse a minha hora. Sei que ele é um cara novo, ucraniano, bom de Muay Thai, que é o ponto forte dele, então acho que vai ser inevitável a luta se desenrolar em pé”, analisou o ex-campeão, que tem 27 triunfos, 13 reveses e um empate no MMA.
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Momentos marcantes de Shogun
Ao longo de mais de 20 anos de carreira como lutador profissional, começando ainda no Vale-Tudo e acompanhando a evolução da modalidade até o MMA, Mauricio Shogun colecionou diversos momentos marcantes. Três deles, porém, têm um lugar especial na memória do curitibano.
“Eu colocaria dois grandes momentos (na minha trajetória), que foram meus títulos mundiais, em 2005 pelo PRIDE (vitória contra Ricardo Arona na final do GP), no Japão, e em 2010 pelo UFC (vitória contra Lyoto Machida), nos Estados Unidos. Além disso, tem a luta contra o Dan Henderson, em 2011, no UFC 139, que foi uma guerra. Eu perdi, mas essa luta que me colocou no Hall da Fama do Ultimate”, relembrou Shogun, que continuou:
“Tenho muito orgulho da minha carreira, sou grato a Deus por tudo que ele me fez conquistar. Estou realizado, então quando eu parar neste sábado (21), é só agradecer por tudo o que eu conquistei. Não tenho interesse em ir para o Boxe ou outros esportes, meu foco vai ser em empreender, expandir a minha rede de academias com meus irmãos”.
Por fim, Mauricio Shogun reafirmou que se despede na hora certa e projetou um futuro vitorioso para o Brasil no UFC – e no MMA em geral: “As pessoas me veem lutando há muito tempo, mas eu era novo no PRIDE, tinha 22, 23 anos, e o resto da galera, Wanderlei, Minotauro, Minotouro, já tinham mais de 30. Eu sou novo, po (risos). Meu maior medo é parar, passar três anos e eu me arrepender: ‘putz, deveria ter ido um pouco mais’. Então agora eu estou parando na hora certo, na minha vontade, não na dos outros”, citou o brasileiro, antes de encerrar:
“Acho que o Brasil sempre foi um grande celeiro de lutadores, quando eu era campeão éramos seis campeões (do UFC), hoje somos em quatro, podendo ser cinco com o Glover, então acho que a nova geração está representando a gente bem”.
CARD COMPLETO:
UFC 283
Jeunesse Arena, no Rio de Janeiro (RJ)
Sábado, 21 de janeiro de 2023
Card principal (00h, horário de Brasília)
Peso-meio-pesado: Glover Teixeira x Jamahal Hill
Peso-mosca: Deiveson Figueiredo x Brandon Moreno
Peso-meio-médio: Gilbert Durinho x Neil Magny
Peso-mosca: Jéssica Bate-Estaca x Lauren Murphy
Peso-meio-pesado: Johnny Walker x Paul Craig
Card preliminar (20h, horário de Brasília)
Peso-meio-pesado: Mauricio Shogun x Ihor Potieria
Peso-médio: Gregory Robocop x Brunno Hulk
Peso-leve: Thiago Moisés x Melquizael Costa
Peso-meio-médio: Gabriel Marretinha x Mounir Lazzez
Peso-pesado: Shamil Abdurakhimov x Jailton Almeida
Peso-leve: Ismael Marreta x Terrance McKinney
Peso-meio-médio: Warlley Alves x Nicolas Dalby
Peso-pena: Josiane Nunes x Zarah Fairn
Peso-galo: Luan Lacerda x Cody Stamann
Peso-galo: Daniel Marcos x Saimon Oliveira
Saiba mais sobre a carreira de Shogun, aqui
Diogo Santarém
Jornalista que trocou a faculdade de Engenharia pelo sonho de trabalhar com esportes, mas ao longo dos anos atuou em diferentes áreas da Comunicação Social e se apaixonou pelo Jornalismo como um todo. Formado desde o fim de 2014 – e pós-graduado em 2023 –, comecei a trabalhar em 2013 como estagiário do GloboEsporte.com e no ano seguinte cheguei à TATAME, onde permaneço até hoje, como editor. Fã de lutas e Futebol, não perco um UFC ou jogo do Flamengo, e através da TATAME, participei de diversas coberturas mundo afora.