Após Roger e Buchecha, Nicholas Meregali vai construir sua dinastia dentro do Jiu-Jitsu?
Nicholas Meregali foi campeão peso e absoluto do Pan de Jiu-Jitsu (Foto: Reprodução)
Em todos os esportes, dinastias são criadas e imortalizadas por atletas ou super equipes e no Jiu-Jitsu não é diferente. Com quimono, não há como não pensar em Marcus Buchecha e Roger Gracie, donos de 13 e 10 títulos mundiais, respectivamente. Chegou a hora de Nicholas Meregali criar o seu próprio reinado?
O trono do Jiu-Jitsu está aberto após Buchecha aposentar o quimono e fazer a mudança para o MMA. O faixa-preta pulverizou recordes e se tornou o maior recordista de títulos mundiais da IBJJF. Além disso, ajudou a elevar o esporte para um outro nível. Anterior a Almeida, Roger colocou a quantidade de títulos mundiais (10) em um patamar que parecia inalcançável e segue apontado por muitos como o maior de todos os tempos. Duas dinastias entre os homens, que foram criadas batendo grandes adversários e em um considerável recorte histórico.
Meregali tem o favoritismo para ocupar este posto. Na atuação impecável do Pan, onde conquistou peso e absoluto finalizando sete das oito lutas, o gaúcho mostrou o quão elevado é o seu nível de jogo. A tão apurada técnica e a capacidade de leitura de confronto. É, nitidamente, superior aos seus oponentes, mesmo que hoje o seu foco não seja o quimono.
Em 2021, chegou a final do peso e absoluto do Mundial, mas foi desclassificado da competição após um gesto obsceno para torcida. Em 2022, repetiu o feito e conquistou o sonhado título no absoluto e a prata na categoria. No torneio que se inscreve, Meregali passa a ser o lutador a ser batido.
Ao ser campeão absoluto do Pan, no último domingo (26), ele fez o gesto de uma coroa sendo posta em sua cabeça. Muitos são campeões, mas quantos criaram dinastias?
Meregali tem a oportunidade de fazer o que Roger e Buchecha fizeram. Empilhar títulos mundiais – peso e absoluto. Há alguma dúvida quanto a isso? Após vencer o peso aberto do Mundial em 2022, chegou a falar que estava se aposentando e iria focar no sem quimono. A transição para o No-Gi com John Danaher e Gordon Ryan foi impecável. Brilhou no ADCC e mostrou que é completo, além de ter um amplo caminho para percorrer no Grappling.
Mas as competições de quimono ainda chamam por Meregali. Embora tenhamos grandes nomes no jogo, o gaúcho tem a oportunidade de criar a sua Era – como Gabi Pessanha tem feito entre as mulheres. E até mais: assim como Gordon Ryan tem feito com Grappling, Nicholas tem a chance de mudar o Jiu-Jitsu de pano de patamar. O esporte nunca cresceu financeiramente como vem acontecendo nos últimos anos.
A personalidade do gaúcho desperta amor ou ódio. Não dá para passar indiferente a ele. As pessoas param para torcer contra ou a favor. Ele, como poucos, sabe se comunicar dentro e fora do tatame. Energiza qualquer arena com o seu jogo e sabe se comunicar nas redes sociais com o seus fãs – e haters.
Além da qualidade na forma física e técnica, Nicholas vem mostrando há algumas competições que controlou também suas questões emocionais. Hoje, ele é quem dita o ritmo do seu psicológico e a confiança é notória quando está no tatame.
Podemos está diante do início de uma dinastia de Nicholas Meregali, mas só o tempo vai dizer.
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