Gabi Garcia reafirma que disputa com Craig Jones vai ocorrer e descarta preparação especial para enfrentá-lo: ‘Sempre treinei com homens’
* A partir do momento em que os faixas-preta Gabi Garcia e Craig Jones confirmaram que se enfrentariam em uma disputa No-Gi, sem limite de tempo e valendo apenas finalização, a expectativa tomou conta dos fãs de Jiu-Jitsu. Entre críticas e palpites, o assunto ganhou enorme repercussão nas redes sociais e veículos especializados, sobretudo pelo fato de o australiano prometer se aposentar do esporte em caso de derrota.
No entanto, a luta, que aconteceria no último dia 28 de março, na academia de Gabi, em Los Angeles (EUA), acabou sendo adiada. Tanto a brasileira, quanto Jones, estiveram presentes no que seria o local do duelo, entretanto, eles explicaram que, por causa da repercussão e expectativa de um grande número de acessos por parte dos fãs, a estrutura de streaming (transmissão ao vivo) não suportaria os visitantes simultâneos.
Em live feita na sua página oficial do Instagram, Gabi Garcia afirmou que a intenção é remarcar a luta para outra data, desta vez com a estrutura necessária para transmitir o combate sem maiores problemas. Em entrevista à TATAME, a faixa-preta da Alliance deu mais detalhes sobre o adiamento do embate contra Craig.
“As pessoas começaram a achar que era mentira a realização da luta, mas da minha parte sempre foi verdade. Eu recebi, em dois dias, 17 mil mensagens no Instagram. Foi uma repercussão enorme. Um amigo meu, o Lorenz Larkin (lutador do Bellator), tem uma empresa de streaming e disse que tinha todo o equipamento para transmitir a luta. Um dia antes, ele testou tudo na minha academia e colocou os aparelhos necessários, só que a internet não conseguiria suportar tanta gente acessando. Falei isso com o meu manager e outras empresas começaram a querer comprar a luta, não só aqui nos EUA. Não foi uma jogada de marketing o fato da luta não ter acontecido”, explicou a lutadora, multicampeã na arte suave.
Confira a entrevista completa com Gabi Garcia:
– Como surgiu a ideia do combate contra Craig Jones
O Craig Jones passou a falar umas besteiras, dizendo que eu não sabia atacar no leglock e respondi dizendo para a gente lutar, que se fosse o caso, eu faria um treino com ele. Não desafiei ele, apenas disse que luto com qualquer pessoa, é a minha profissão. Sempre levo a sério, contra qualquer pessoa ou em qualquer modalidade. Não consigo levar luta na brincadeira. Ele é uma pessoa muito engraçada, foi a primeira vez que um adversário me fez rir. É um personagem e acho que, do mesmo jeito que fui um personagem a vida inteira para as pessoas, ele também é agora. Dentro do tatame sou uma pessoa, fora eu sou outra. É assim que funciona com o Craig Jones e com os outros americanos, como o Gordon Ryan. Não acho isso ruim. Eu fui a personagem ruim da história, a ‘vilã’ durante 15 anos de carreira, mas eu ganhei dinheiro com isso. Cada um tem o seu jeito. Não faltando com respeito, está tudo certo. Tudo isso começou através da internet, ele disse que viria para Los Angeles gravar um podcast e, então, combinamos de treinar aqui na minha academia.
– Questionamentos sobre o duelo homem x mulher
Eu treinei a vida inteira com homens. Eu fui campeã mundial assim, treinando com os campeões mundiais da Alliance. Qual é a diferença entre treinar, ser amassada por eles a vida toda, e fazer o mesmo com o Craig Jones? Nada muda, não tem diferença alguma. Eu faço isso todos os dias na minha academia, com homens.
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– Cancelamento da luta e críticas recebidas dos fãs
As pessoas começaram a achar que era mentira a realização da luta, mas da minha parte sempre foi verdade. Recebi, em dois dias, 17 mil mensagens no Instagram. Foi uma repercussão enorme e, na hora, mandei prints para os meus empresários e para a equipe que cuida do Craig Jones. Recebemos mais de 300 mensagens de pessoas querendo comprar ingressos para a luta, sendo que não tinha luta ainda. Um dos meus empresários mostrou esses números para três empresas e uma delas se interessou, sendo que essa empresa já mostrava interesse antes mesmo dessa repercussão toda. Um amigo meu, o Lorenz Larkin (lutador do Bellator), tem uma empresa de streaming e disse que tinha todo o equipamento para transmitir a luta. Um dia antes, ele testou tudo na minha academia e colocou os aparelhos necessários, só que a internet não conseguiria suportar tanta gente acessando. Falei isso com o meu manager e outras empresas começaram a querer comprar a luta, não só aqui nos EUA. Não foi uma jogada de marketing o fato da luta não ter acontecido. Tanto que o Craig Jones e a equipe dele viajaram duas horas de carro apenas para dar uma satisfação ao público na transmissão que teve na minha academia para avisar que a luta não aconteceria naquele dia. Muitas pessoas ficaram frustradas pela luta não ter acontecido, eu também fiquei. Mas a transmissão não ia suportar tanta gente acessando ao mesmo tempo. O que posso dizer é que a luta vai acontecer, de um jeito ou de outro, mas não tinha como organizar em 3 dias para um público tão grande.
– Preparação para o embate intergênero sem data
Não vai ter preparação diferente. Eu sou mulher, treino, tenho uma academia e estou fazendo várias coisas ao mesmo tempo. Expandindo minha academia, gravando em estúdio, fazendo aulas de inglês, aulas de dança para um filme que vou participar e tenho várias propostas de superlutas de Jiu-Jitsu. Não vou fazer nada diferente e não tenho estratégia nenhuma para lutar contra o Craig. Não vou falar que vou pegar e finalizar ele. Farei meu jogo e ponto final. Já dei trabalho para muitos caras. Quem treinou comigo, sabe. Acho que não vai ser fácil para ele, mas também não vou falar que vou chegar lá e finalizar. Vai ser um treino e, se ele me pegar, pegou. Se tiver que durar 30 minutos, é assim que vai ser. Vou levar a sério, mas não é uma coisa que me force a fazer uma preparação especial. Nem tem como eu fazer isso agora com tantas coisas.
* Por Mateus Machado