Thamara celebra primeiro grande título como faixa-preta, destaca Jiu-Jitsu ofensivo e diz: ‘Sempre fui muito coração’
* Após encerrar seu ciclo na faixa marrom na última edição do Mundial da IBJJF, em 2019, Thamara Ferreira começa a dar os seus primeiros passos como faixa-preta. Em janeiro deste ano, foram duas importantes competições e bons resultados na elite do Jiu-Jitsu. O bronze no Queen of Mats, da AJP, e a medalha de ouro no Campeonato Europeu, disputado em Portugal.
Em sua primeira grande conquista na faixa-preta, Thamara coroou o título peso-médio no Europeu 2020 da melhor forma possível: Jiu-Jitsu ofensivo e uma finalização sobre Danielle Alvarez na decisão. Em entrevista à TATAME, a lutadora fez uma análise sobre a conquista no primeiro grande torneio da IBJJF na temporada.
“Esse foi meu primeiro título importante na faixa preta. Foram seis meses até aqui, acabei perdendo dois grandes (torneios) antes, inclusive, para a menina que enfrentei na primeira luta do Europeu. Acho que estou passando por diversos processos ainda, corrigindo muitos erros técnicos que sempre cometi em todas as faixas, ou que passei a cometer. Sempre fui muito coração, nas minhas lutas você nunca irá me ver amarrando para conseguir o resultado”, analisou Thamara, complementando com o trabalho realizado.
“Eu venho trabalhando muito mentalmente e fisicamente, mas sinto a necessidade de trabalhar mais estrategicamente. Por alguns motivos, eu talvez não iria participar deste Europeu, mas a gente nunca está 100% preparado, não é mesmo? Então, entrei com o meu coração, com vontade de impor meu ritmo em todas as lutas. Lutei com três meninas muito duras, mas dessa vez soube ser estratégica e para frente ao mesmo tempo. Consegui finalizar todas as minhas lutas fazendo o meu jogo”, comentou a lutadora.
Além disso, Thamara relembrou o bronze no Queen of Mats, disse que espera que outras organizações adotem torneios GPs para o Jiu-Jitsu feminino, os desafios e a responsabilidade como faixa-preta e mais.
Confira a entrevista na íntegra com Thamara Ferreira:
– Impacto do título no Europeu
Esse título europeu me fez enxergar que eu posso não ter todas as condições ainda para estar ali e vencer, mas mesmo assim tenho todas as chances. Tenho a sensação que este ano será um ano de maior aprendizado e superação. E significa que estou na direção certa, trabalhando duro, caminhando com calma, sem pressa. Eu quero apreciar todo o processo, porque eu já tenho a certeza que vou chegar aonde quero.
– Análise da disputa do Queen of Mats
Por ser a mais leve do GP, acho que me sai muito bem. É sempre complicado lutar com as meninas mais pesadas, isso tem uma diferença. Mas tive um desempenho muito bom, fiquei feliz com as minhas lutas. Fui a menina que mais movimentou em todas as lutas, por eu ser a mais leve e ser meu estilo, eu gosto de ação. Foi importante para eu começar a me preparar para os absolutos, agora tenho certeza que posso encarar.
– Desejo por outros GPs femininos
Acho que outras organizações podem realizar eventos deste estilo GP. Como a IBJJF, seria muito interessante se eles começassem a pensar sobre, aumentar ainda mais o interesse do público nas meninas.
– Responsabilidade como faixa-preta
Agora estou do outro lado, e é uma mistura de sensações. Eu sinto na obrigação, me sinto muito confiante e, também, sinto que não existe diferença, afinal eu de (faixa) marrom ganhei muitos eventos lutando com faixas-preta de alto nível. Chega uma hora em que não há diferença no Jiu Jitsu feminino entre as faixas-marrom e preta, as meninas estão tão profissionais, que estão muito preparadas para se encontrarem nestes torneios. Tento sempre me sentir muito confiante e encarar aquilo como se todas fossem pretas.
– Chance de lutar no F2W de novo
Lutei apenas uma vez (no Fight 2 Win), que foi a minha estreia na faixa preta contra a Cláudia Do Val. Foi uma luta muito dura e incrível! E acho que por esses meses, estarei lá de novo, espero uma grande luta.
* Por Yago Rédua