Coluna da Arte Suave: a importância de manter o Jiu-Jitsu como principal arma no MMA; saiba mais
Sempre é bom assistir ao UFC e ver as lutas serem decididas no chão, vendo o nosso Jiu-JItsu sempre entrando em ação, mostrando a eficiência da arte suave. A diferença entre os lutadores que sabem ou não lutar no chão é gritante. Esse artigo surgiu em uma conversa com o meu amigo Sergio “Babu” Gasparelli, faixa-preta de Jiu-Jitsu, Judô e Luta Livre, atualmente responsável pela parte de chão do lutador Erick Silva, que foi escalado no card principal do UFC Rio, no último sábado (3).
Já tem um tempo que, no MMA, vemos lutadores de Jiu-Jitsu com um Boxe muito afiado, um Muay Thay impressionante. Acho muito bom, é imprescindível saber trocar em pé, como também saber andar no ringue ou no octógono, achar e encurtar as distâncias, saber atacar e se defender. Mas, às vezes, vendo alguns lutadores com um alto nível de Jiu-Jitsu que sabemos que possui, se portando como um lutador de uma luta em pé, eu simplesmente não entendo essa decisão.
Já assisti lutas em que o lutador, que entrou no MMA sendo sua luta principal o Jiu-Jitsu, fica evitando o chão, até quando é o seu oponente que o derruba, ele volta a ficar em pé. Nosso Jiu-Jitsu é efetivo, agressivo com finalizações, mesmo sem quimono. Temos de acreditar na nossa arte suave. Creio ser uma boa questão para ser refletida pelos treinadores de MMA. Sempre que posso, treino Jiu-Jitsu sem quimono com meus alunos e amigos. Por que não acreditar mais no nosso Jiu-Jitsu, afinal, o Vale Tudo não foi criado para mostrar a eficiência da nossa arte suave?
Entendo, e é lógico que um lutador de Boxe, Muay Thay, Karatê e tantas outras artes marciais procurem ficar em pé. É legítimo, claro, sem qualquer dúvida. No MMA, os lutadores treinam chão, ninguém é mais bobo. Na minha academia, temos sempre treino de No-Gi, e conheço outros professores que também incentivam esses treinos, que são muito importantes. Nossa arte suave sem quimono é excelente e eficiente. Temos que acreditar e lutar com o nosso Jiu-Jitsu, por ele.
Acredito ser esse o caminho. Se você é lutador de Jiu-Jitsu e vai para o MMA, leve o Jiu-Jitsu como a sua zona de segurança e busque a finalização. Há um tempo, no início aqui do Vale Tudo, quem já acompanhava deve se lembrar, como era emocionante o lutador de Jiu-Jitsu, após a vitória, gritar alto: “JIU-JITSU”, com a torcida gritando “JIU-JITSU” de volta, assim a arte foi ganhando respeito.
Esse artigo não tem, em nenhum momento, qualquer intenção de diminuir arte marcial nenhuma, mas tem a intenção de lembrar a todos os lutadores de Jiu-Jitsu de como é importante realizar treinos sem quimono, No-Gi. O MMA é difundido no mundo inteiro ao ser televisionado, apresenta lutadores brasileiros brilhando nos ringues, acrescentando mais um aspecto positivo para o nosso país. Nós, professores e lutadores, temos que continuar essa missão, já que o Jiu-Jitsu é uma arte marcial completa, uma filosofia de vida. Um meio de disciplinar e formar um cidadão.
Não vejo necessidade do lutador de Jiu-Jitsu ter que vencer a luta por nocaute, ele tem é que ganhar a luta. Se for finalizando, melhor ainda, mais uma vitória do nosso Jiu-Jitsu. Finalizar o seu oponente, obrigar o seu oponente a reconhecer a sua incapacidade de sair daquela posição e ter que pedir para parar para não apagar é a essência da arte suave. Sempre Jiu-Jitsu, sempre representando ele.
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