Artigo: Cérebro – como entender as transformações cerebrais das crianças nas artes marciais; leia

Novo artigo publicado na TATAME fala sobre as questões do cérebro envolvendo as crianças nas academias de artes marciais

Artigo: Cérebro – como entender as transformações cerebrais das crianças nas artes marciais; leia

Novo artigo publicado na TATAME fala sobre as transformações que envolvem o cérebro (Foto: Reprodução/@@almeidasantosfabricio)

Falar sobre o cérebro humano é algo fascinante e, ultimamente, as novas descobertas da ciência tem nos ajudado a compreender um jeito diferente de viver. Os avanços neurocientíficos e tecnológicos das últimas décadas determinam novas possibilidades na saúde e qualidade de vida, e por diversos motivos, as artes marciais não podem ficar de fora sem compreender como funciona o cérebro de suas crianças. 

O córtex cerebral é a fascinante estrutura do sistema nervoso, que exerce as funções chamadas superiores, tais como memória, atenção, linguagem, pensamento, planejamento voluntário de movimento etc. Todas essas funções são trabalhadas nos treinos e precisam ser compreendidas.

O sistema nervoso é uma rede complexa, que permite a comunicação com o ambiente e inclui componentes interativos, que recebem, armazenam e processam as informações sensoriais e, em seguida, executam respostas motoras apropriadas. Esses processos determinam a relação do indivíduo com o ambiente e, dessa forma, ocorre a aprendizagem e os avanços relacionados aos treinos.

A aprendizagem se refere à capacidade ou possibilidade do indivíduo de selecionar e perceber, conhecer, experimentar, compreender, interpretar, associar, armazenar e utilizar informações. Esses processos mentais são as bases neurológicas da aprendizagem que envolve o funcionamento coordenado de diversas zonas do cérebro, que ocorrem ao mesmo tempo, conforme recebem estímulos de diferentes receptores sensoriais, comparam essas experiências, formulam hipóteses e codificam ou sintetizam e fixam a informação na memória.

Aprender a treinar, aprender a competir, aprender as regras e normas. A aprendizagem é o caminho do desenvolvimento pessoal e depende de um trabalho sistêmico que se centraliza no cérebro, a poderosa máquina disponibilizada a cada pessoa, desde a fase uterina.

Para aqueles que estão privados de alguma habilidade por acidente ou herança genética, as pesquisas comemoram as descobertas sobre plasticidade cerebral, que abriram esperanças infinitas na prevenção de danos e reabilitação. Para os que vão envelhecendo, se por um lado os saberes não se acumulam em estoque agregado à mente, por outro lado, ocorre uma transformação das relações estabelecidas e da coordenação entre esquemas neurais, que se acrescem de novo vínculos, sinapses e relações a cada nova aprendizagem conquistada.

O cérebro é uma estrutura flexível, que se desenvolve conforme o nível de solicitação. Entretanto, a solicitação do ambiente encontra limites no próprio indivíduo, que atuará conforme seus interesses e/ou necessidades e possibilidades que estão dispostas ao seu redor. Há necessidades de criar vínculos saudáveis para que o seu aluno tenha prazer, amor e querer cada vez mais aprender. 

“O cérebro precisa de amor dado pelos professores”. Isso é só uma metáfora, não me leve a sério. O cérebro precisa de bons estímulos, de professores dedicados e, principalmente, um ambiente adequado. O ambiente adequado será tema para o próximo artigo. Academias caindo aos pedaços não favorecem treinos de qualidade, mesmo tendo profissionais comprometidos e alunos dedicados. 

É preciso integrar informações e experiências para interferir na capacidade do sistema nervoso central de modificar algumas propriedades morfológicas e funcionais em resposta aos estímulos. Esse fenômeno define a plasticidade cerebral. É quando se aprende.

A aprendizagem ocorre durante a vida toda e as descobertas científicas sobre o cérebro podem ser utilizadas para aperfeiçoar esse processo, em qualquer fase da vida, não apenas com crianças, ou seja, não somente na fase em que está constatada uma habilidade natural para mudanças. Por mais que esse momento precise ser bem aproveitado: no período da infância, além da facilidade de alteração de um sistema em formação, é importante salientar a interferência dos registros da memória sobre a forma de perceber o mundo e a si mesmo, ou seja, na formação de identidade e autoestima.

Vamos para algumas dicas:

Para crianças pequenas, muitas indicações de brincadeiras no tatame podem complementar as transformações, estimulando o cérebro. Por isso, é recomendável brincadeiras e amorosidade no tratamento, porque é nesta fase que o cérebro está no auge de seu desenvolvimento, e a aprendizagem, planejada e potencializada, ou não, irá ocorrer.

Referências

  • VALLE, L. E. L. R. do Brincar de Aprender: Uni-duni-tê, o escolhido foi você, 2. Ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2014.
  • VASCONCELOS, L. A de P; CARVALHO, R, L. Plasticidade do sistema nervoso central. In: VALLE, L .E. R.; CAPOVILLA, F.C. Temas de Neuropsicologia e Aprendizagem. 3. Ed. Ribeirão Preto: Novo Conceito, 2011. 
  • VALLE, Luiza Elena L. Ribeiro; Cérebro e Aprendizagem, Revista Psique n° 112, pag. 36,37,48.

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Quem sou eu? Mônica de Paula Silva, também conhecida como Monica Lambiasi, é graduada em Pedagogia desde 2004. Concursada pela Prefeitura de Embu Guaçu – SP, atua há 15 anos como psicopedagoga clínica, área na qual é pós-graduada desde 2006. Em 2008 concluiu pós-graduação em Didática Superior, e em 2009 concluiu pós-graduação em Educação Especial e Educação Inclusiva, em 2017 concluiu pós-graduação em neuropsicopedagoga e em  2022 concluiu pós-graduação em Jornalismo – A importância da ética no jornalismo na atualidade, publicado na Revista Evolucione, pág. 203 https://revistaevolucione.ibra.edu.br/  e atualmente estuda psicanálise e neurociência. Também é escritora.

Contatos: WhatsApp (11) 99763-1603 / Instagram: @lambiazi03

* Por Mônica de Paula Silva

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