Artigo: a parceria entre professores e pais é essencial para que alunos entendam os limites da sociedade
Novo artigo fala sobre como os pais podem - e devem - impor limites aos filhos; confira na íntegra e deixe sua opinião
Novo artigo fala sobre como os pais podem - e devem - impor limites aos filhos (Foto: Reprodução/@almeidasantosfab)
Artigo voltado para pais e filhos – Não é novidade para ninguém o caso do vídeo de uma mulher sendo filmada em um avião da companhia Gol por não ceder seu lugar a uma criança que estava chorando. O ocorrido envolve questões como: direito do consumidor, direito aeronáutico, psicologia infantil e maternidade, exposição indevida de imagem e o compartilhamento de conteúdo na internet. Um dos maiores problemas a serem enfrentados na atualidade é a falta de limites dos pais, assunto que se tornou comum nos dias atuais, comum de normal e constante. Como ensinar um filho a ter limites, sendo que muitos pais também não sabem o que significa a palavra “limites”? Até onde eu posso ir?
Nota: Limites no desenvolvimento infantil – São importantes para que a criança se sinta segura e tenha autonomia para fazer suas coisas. Limites devem fazer parte da rotina da criança desde quando são bebês, e não apenas quando um comportamento inadequado ocorre.
Quantas vezes presenciei no mercado e até mesmo em outros locais, e acredito que muitos de vocês também já observaram esse tipo de comportamento, em algum momento da vida, pais com seus filhos tentando “furar fila”, “burlar regras”. Diante desse acontecimento recente que nos faz refletir até que ponto, a pergunta seria: eu estou sendo um bom exemplo para o meu filho?
Muitos pais usam algumas dificuldades de seus filhos como: Autismo, TDAH, ou até mesmo um transtorno que só acreditam que seus filhos tenham, para obter benefícios e passam dos limites, desrespeitando professores, terapeutas, médicos, familiares, vizinhos e sociedade em geral, causando desconfortos e adoecendo as pessoas. A reflexão está dada.
Retomando o assunto, para Jean Philippe Faure, um grande problema na educação são os limites. Regularmente escuto pais dizerem: “tudo bem, mas de qualquer forma é preciso impor limites aos nossos filhos”. Sempre tenho vontade de lhes responder (na verdade, começar escutando-os, pois isso permite que nos entendamos mais rápido).
Ultimamente tenho observado uma grande maioria ouvindo somente o que lhe convém. Nesses casos, os pais não são diferentes. Responsabilizar os outros têm sido as desculpas dadas em todos os lugares. Nesse exemplo da moça que não cedeu o lugar do avião, mostrou-nos que nem tudo se vence através de birras, gritos, xingamentos e falta de educação. Não deixando de elogiar e exaltar o equilíbrio emocional dessa moça, que também nos faz lembrar que o silêncio realmente vale ouro.
Sabemos que muitos pais não têm condições psíquicas de orientar e dar limites aos seus filhos. Então, como impor limites a partir da consciência das necessidades? Um bom exemplo dos pais já não seria fazer escândalos, expor profissionais, não aceitar orientações de especialistas e professores, e achar que todos estão errados e somente os seus filhos são os “santinhos” da história, ou criando limitações no próprio filho para se beneficiar. Caso queira um conselho, evitar esses comportamentos irresponsáveis já é um passo para todos serem tratados com dignidade, principalmente o seu filho, onde eu posso garantir que será o mais prejudicado.
Todos necessitam, em algum momento, serem vistos com empatia. Afinal, muitas crianças, adolescentes e adultos estão passando por situações difíceis. Porém, muitos pais só querem cobrar empatia e respeito dos outros, sendo que não tem moral e ética para tal.
Qual é a forma de impor limites aos filhos?
- A maior clareza possível na circulação da informação;
- A autonomização da maioria de seus atores;
- A confiança recíproca;
- O aumento da quantidade de referência.
Os limites não devem ser suprimidos, pelo contrário, devem ser aumentados. Um sistema não diretivo se caracteriza por um número de referências maior. Mais do que no ambiente do fazer, é no de ser que os limites adquirem potência. A clareza sobre as nossas necessidades, a fidelidade a nós mesmos e a nossa coerência são belos limites para os outros.
Referência
- FAURE, Jean-Philippe, Educar sem punição nem recompensas; tradução de Stephania Matousek – Petropolis, RJ: Editora: Vozes, 2008