Com auxílio de Shogun, Demian, Werdum e mais feras, brasileiro fala de expectativa para estreia no UFC; conheça o lutador

Com auxílio de Shogun, Demian, Werdum e mais feras, brasileiro fala de expectativa para estreia no UFC; conheça o lutador

* Com 34 anos e um cartel de nove vitórias e duas derrotas no MMA, Danilo Marques está pronto para encarar o maior desafio de sua carreira na modalidade. Neste sábado (26), o brasileiro vai fazer sua estreia no Ultimate, em duelo contra Khadis Ibragimov no card do UFC 253, que marca o retorno dos eventos da organização na “Ilha da Luta”, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Oriundo do Boxe e profissional nas artes marciais mistas desde 2014, o paulista, ao longo de sua carreira, se juntou a um verdadeiro time de peso, o que contribuiu diretamente para, mesmo em sua primeira luta na maior organização de MMA do mundo, estar tranquilo e ambientado a tudo que envolve uma “semana de luta” no UFC.

Nos últimos anos, Danilo passou a treinar de forma constante com Demian Maia e também com Maurício Shogun, chegando, inclusive, a estar no córner do lutador meio-pesado em duelos no Ultimate. Além disso, nos últimos anos, o casca-grossa fez viagens aos Estados Unidos, onde passou a treinar com Fabrício Werdum na Kings MMA, e em preparação para o confronto deste sábado, no UFC 253, afiou seu Jiu-Jitsu com grandes feras do esporte, como Marcus Buchecha – que vem fazendo sua migração para o MMA – e Romulo Barral, multicampeão da arte suave.

Sem lutar desde 2018, o brasileiro tinha luta marcada para este mês de setembro no Contender Series, reality show onde os destaques são contratados para lutar no Ultimate. No entanto, antes mesmo de fazer sua luta, Danilo Marques recebeu a “convocação” para lutar no card do UFC 253 e, de imediato, aceitou o chamado. Em entrevista à TATAME, o atleta falou da importância de Demian e Shogun em sua trajetória no MMA.

“O Demian e o Shogun são grandes amigos meus, por conta de todos esses anos que estou com eles. O Demian, eu tenho um dia a dia com ele, de aprendizado, de grappling, uma rotina mesmo. É um amigo, inspiração, um cara que me ajudou e me ensinou demais. O Shogun é como se fosse meu irmão mais velho, a gente tem uma amizade desde 2013. Lembro que conheci ele num sparring, a gente estava treinando e eu já tomei a primeira ‘bomba’, caí sentado (risos). Eu estava com um capacete que ele mesmo me deu, e ele ainda brincou, falando: ‘Parece que não funcionou esse capacete, né?’ (risos). A gente criou amizade, fomos treinando juntos e ele me levou como córner diversas vezes para as lutas dele, é um cara a quem eu devo demais, que me ajudou muito”, disse o atleta meio-pesado.

Confira a entrevista completa com Danilo Marques:

– Expectativa para estreia no UFC já ‘familiarizado’ com a organização

Estou muito feliz de estar aqui e ter essa oportunidade, recompensa de um trabalho de muito tempo. Estou com a cabeça tranquila, não tem muita novidade para mim, já estive aqui com o Shogun em julho, ajudando ele. Como estive em muitos eventos do UFC, já sei como funciona, me sinto familiarizado, então a experiência como córner e participação em camps, fazendo meus camps para lutar junto com meus amigos que lutam no UFC me ajudam demais, então estou tranquilo e pronto para essa estreia no UFC.

– Trajetória nas artes marciais até chegar ao UFC

Eu comecei no MMA com 24/25 anos. Comecei no Boxe, onde lutei bastante e eu tive a maior parte de experiência competitiva lá, disputei alguns torneios de Jiu-Jitsu também, comecei na arte suave com 19 anos, o meu contato com a galera do MMA foi através disso, inclusive. Mas eu fui mesmo treinar MMA quando eu já tinha parado o Boxe, ia fazer 25 anos, e meu treinador de Boxe me chamou para ajudar na preparação de um amigo. Nisso, conheci o Demian (Maia) e toda a galera, comecei a treinar com eles, viajei para os EUA diversas vezes para praticar Wrestling, então a coisa foi se construindo. Fui tendo experiências como córner em lutas do Demian, do Maurício (Shogun), fui construindo minha carreira até chegar aqui.

– Amizade e treinos com Demian Maia, Maurício Shogun, Werdum e Gastelum

Dois deles, o Demian e o Shogun, são grandes amigos meus, por conta de todos esses anos que estou com eles. O Demian, eu tenho um dia a dia com ele, de aprendizado, de grappling, uma rotina mesmo. É um amigo, inspiração, um cara que me ajudou e me ensinou demais. O Shogun é como se fosse meu irmão mais velho, a gente tem uma amizade desde 2013. Lembro que conheci ele num sparring, a gente estava treinando e eu já tomei a primeira ‘bomba’, caí sentado (risos). Eu estava com um capacete que ele mesmo me deu, e ele ainda brincou, falando: ‘Parece que não funcionou esse capacete, né?’ (risos). A gente criou amizade, fomos treinando juntos e ele me levou como córner diversas vezes para as lutas dele, é um cara a quem eu devo demais, que me ajudou muito.

O Werdum eu conheci em 2016 na Kings MMA, a gente fez sparrings, treinamos juntos, na primeira vez que fui treinar lá, esse foi o primeiro contato. Depois disso, a gente se encontrou algumas vezes e voltamos a treinar juntos esse ano, em Abu Dhabi, quando ele ia lutar com o Gustafsson e pediu minha ajuda, porque o treinador de Jiu-Jitsu da Kings machucou a coluna. Como eu tinha luta marcada e estava no gás, eu ajudei e deu tudo certo, ele venceu fazendo o que fizemos durante os treinos, porque praticamos muitas posições. Acabou que terminei minha preparação lá na Kings MMA, com ele, com o Kelvin (Gastelum), com o Marvin (Vettori) e o Marcus Buchecha, que está migrando para o MMA agora. Com o Kelvin eu passei dois, três dias treinando, é um cara muito bom, casca-grossa, que me ajudou demais. São caras que me ajudaram muito, só tenho a agradecer.

 

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– Treino com Romulo Barral, multicampeão no Jiu-Jitsu

Treinei com o Romulo Barral algumas vezes, nós dois e também o Werdum e outros dois faixas-preta de Judô duríssimos, foi um treino de altíssimo nível, aprendi bastante. O Romulo passou uns detalhes de grade, umas coisas que a gente treina muito em São Paulo, porque o Demian Maia é especialista nisso, então o meu jogo é todo baseado no dele em relação a isso, mas é sempre bom ouvir outras pessoas, ainda mais o Romulo, que é um cara multicampeão no Jiu-Jitsu.

– Estreia contra adversário que vem de três derrotas consecutivas

Esse lance dele vir de três derrotas, claro que é um detalhe importante, mas eu não me baseio nela, não. Assistimos muitas lutas dele, até mesmo antes de chegar ao UFC, vimos os pontos fracos e fortes, estudamos e ainda estamos estudando, para ficar bem vivo na mente. Traçamos os planos e estamos trabalhando desde que soubemos da luta, há duas semanas, mas deu tempo de fazer treinos específicos e estou pronto para fazer uma grande luta, me divertir e colher os frutos.

– Como projeta sua sequência no UFC? 

Não estou pensando no futuro, estou pensando nessa luta, porque passei por muita coisa antes de chegar nessa luta. Quero me apresentar bem, fazer o melhor possível. É um passo de cada vez. Depois dessa luta, vou começar a pensar nos próximos passos, conversar com meu empresário. Não quero atropelar as coisas e pular etapas, isso custa caro e já aprendi isso ao longo da minha carreira.

CARD COMPLETO:

UFC 253
Ilha da Luta, em Abu Dhabi
Sábado, 26 de setembro de 2020

Card principal (23h, horário de Brasília)
Peso-médio: Israel Adesanya x Paulo Borrachinha
Peso-meio-pesado: Dominick Reyes x Jan Blachowicz
Peso-mosca: Kai Kara-France x Brandon Royval
Peso-galo: Ketlen Vieira x Sijara Eubanks
Peso-pena: Hakeem Dawodu x Zubaira Tukhugov

Card preliminar (20h, horário de Brasília)
Peso-leve: Brad Riddell x Alex Leko
Peso-meio-médio: Diego Sanchez x Jake Matthews
Peso-pena: Shane Young x Ludovit Klein
Peso-meio-pesado: William Knight x Aleksa Camur
Peso-pesado: Juan Espino x Jeff Hughes
Peso-meio-pesado: Khadis Ibragimov x Danilo Marques

* Por Mateus Machado