Companheiro de Colby na ATT, brasileiro ‘desmistifica’ o falastrão: ‘Personagem’

Companheiro de Colby na ATT, brasileiro ‘desmistifica’ o falastrão: ‘Personagem’

Por Mateus Machado

O catarinense Natan Schulte, faixa-preta de Jiu-Jitsu e atleta da American Top Team, na Flórida (EUA), vai envergar as luvas de MMA para competir novamente pela Professional League Fighters (PFL) na próxima quinta-feira (2), em Nova York, nos Estados Unidos. Vale ressaltar que a organização premia o vencedor de cada GP com 1 milhão de dólares

Natan, que faz parte do Grand Prix dos Leves da franquia, vem de vitória sobre Chris Wade, e encara Jason High na luta principal do PFL 5 para manter o embalo na carreira.

“Então, estou bem feliz por estar voltando a lutar e fazendo a luta principal. Vejo uma luta dura de qualquer forma. Meu jogo não vai mudar muita coisa. É aquele jogo agressivo, partindo para dentro e não dando brecha, não deixando o cara lutar. É um período bem curto de tempo desde a minha última luta, no dia 21 de junho, mas consegui me preparar bem, fiz periodização de treino para chegar bem. Estou bem animado para fazer a luta principal. Isso dá até um gás a mais, vai estar todo mundo vendo, acompanhando. Estou bem feliz”, disse Natan, que tem um cartel de 12 vitórias e apenas três derrotas.

Convívio com o falastrão Colby Covington

Atleta da ATT, considerada uma das melhores equipes de MMA do mundo, Natan convive diariamente com inúmeros atletas do UFC, de diversas nacionalidades e também personalidades. Um deles é Colby Covington, americano que ficou conhecido por seus bons resultados no Ultimate (já são seis vitórias consecutivas na organização), mas também por seu estilo provocador fora do octógono, onde já arrumou problemas com lutadores e até mesmo com torcedores brasileiros durante sua passagem pelo país.

Companheiro de sparring do polêmico peso-meio-médio, Schulte falou com detalhes sobre o americano. Em entrevista à TATAME, o brasileiro afirmou que ajudou na preparação de Colby para suas duas últimas lutas, e aproveitou para ressaltar que Covington nunca foi desrespeitoso com ele ou outro membro da ATT, como citado em algumas polêmicas.

“Desde a minha penúltima luta, eu continuei treinando e fiz muitos sparrings, ajudei muita gente. Eu e o Conan (Silveira) temos uma relação muito boa, e sempre quando ele pede para eu ajudar um cara, eu ajudo. Na questão do Colby Covington, eu já tinha ajudado ele na luta contra o Demian Maia, e depois, para a luta do Rafael dos Anjos, o treinador do Colby pediu para que eu ajudasse na parte de sparring, e eu acabei fazendo umas três ou quatro sessões de sparring com ele. Eu acredito que o que ele mostre (para a mídia e fãs) é um personagem, porque na academia ele nunca foi desrespeitoso comigo. Não sou amigo dele, mas também não sou inimigo pelo fato dele ter falado todas aquelas coisas. Ele sempre me respeitou, me cumprimentava sempre, então não tenho nenhuma reclamação. Tudo o que ele falou foi para vender, tanto que era um cara que estava lá atrás, que tinha perdido para o Warlley (Alves), e agora conseguiu chegar lá na frente e foi campeão, mesmo que interino. Ele fez tudo isso para vender. Mas é claro que a minha postura como atleta é totalmente diferente, eu nunca falaria mal de um país ou de um lugar para me promover. Tudo o que ele fez foi agindo como personagem, e deu certo”, explicou Natan, que ainda falou como foi ajudar na preparação de um atleta que falou mal de seu país.

“É uma pergunta um pouco complicada (risos). Não tem problema ajudar americano, russo, chinês, atletas de várias nacionalidades, e às vezes eles acabam lutando com outros brasileiros. Acho que na luta, você não pode ter isso. Eu torço para os brasileiros, mas na questão de treino, eu tenho que treinar com os meus parceiros, com quem está junto no dia a dia comigo. Não ligo de ajudar, porque é um treino para mim também, mas a única coisa da questão do Colby é que teve toda essa repercussão (das declarações dele). Mas eu não ligo muito, acredito que a gente não deve se atingir pelo fato dele ter falado isso ou aquilo do Brasil. As pessoas pegaram muita pilha e muita pressão pelo que ele falou, só que eu treino na academia, me pedem para ajudar e eu ajudo, independentemente de quem seja o cara ou do que ele tenha feito”, afirmou o lutador, que detalhou a reação de outros atletas brasileiros da American Top Team com Colby após os seus comentários.

“De fato, tem alguns atletas brasileiros (da ATT) que não gostaram. Uns acharam que era trash talk, algo normal hoje em dia, mas outros já não gostaram. De qualquer forma, comigo, era isso que ele passava, sempre me respeitou. Depois de tudo o que ele falou, quando eu o vi, eu olhei com uma cara, mas ele me cumprimentou normal… Vai saber, né, o cara pode mudar (risos). Mas comigo o comportamento dele sempre foi o mesmo, desde que eu conheci ele, há alguns anos, até hoje, não mudou nada no jeito de ser”, encerrou.