ONG Alpha Project é aprovada pela Secretaria Especial do Esporte e visa fortalecer o Jiu-Jitsu feminino

ONG Alpha Project é aprovada pela Secretaria Especial do Esporte e visa fortalecer o Jiu-Jitsu feminino

Natália Nespatti, a “Russa”, tem uma vida ligada à arte suave. Envolvida com o esporte desde os 9 anos de idade, Natália já participou de vários projetos e, entre eles, lidera a ONG Alpha Project ao lado da parceira Camila dos Santos Guerra – atual presidente -, que visa auxiliar atletas mulheres de Jiu-Jitsu de alto rendimento.

A proposta, vale citar, foi apresentada e aprovada pelo Ministério da Cidadania. O objetivo é pagar inscrições, viagens, cuidados médicos, entre outros pontos fundamentais para estas atletas – sem bandeira -, de forma que nunca mais dependam de qualquer tipo de permuta negativa.

“Todas as nossas atletas já contam com diversos pódios aqui no Brasil. Nosso projeto foi aprovado pela Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania como ONG de alto rendimento e iremos conseguir prover o suporte que desenhamos para elas através da Lei de Incentivo ao Esporte, ou Lei Pelé. Com essa aprovação, conseguiremos descontos no imposto de renda das empresas, que não precisarão doar nenhum tipo de aporte, e assim vamos alavancar ainda mais a carreira destas atletas, nos tornando uma grande potência no Jiu-Jitsu feminino”, explicou Natália, que completou:

“A ONG é um projeto sem bandeira, voltado para atender atletas mulheres de Jiu-Jitsu de alto rendimento, com previsão orçamentária de bolsa atleta, fisioterapia, preparação física, quimonos, inscrições, transportes e suplementos. Apesar de atender somente mulheres, não é feminista nem ligada a nenhum partido político. Nossa ideia na Alpha Project é atender mulheres que sofreram algum assédio moral ou qualquer outro tipo dentro das academias”.

Para representar a força da Alpha Project, algumas integrantes do “time” marcaram presença no Campeonato Brasileiro de Jiu-Jitsu 2022, encarrado no último fim de semana, em Barueri (SP). Por lá, Natália conquistou a medalha de bronze na faixa-marrom, assim como a casca-grossa Magali Rosa na faixa-preta, ambas no master 1.

“O Brasileiro é um dos campeonatos mais concorridos do mundo pois muitos atletas não conseguem visto para os Estados Unidos e só competem aqui. Acreditamos que lugar de atleta é treinando, e não trabalhando com atividades acessórias. Há um paradigma no Brasil que atleta é vagabundo pois só treina, e isso não acontece nas grandes potências do esporte como EUA, China e Rússia. No Brasil, é preciso dividir os treinos, descanso e dieta com o trabalho fora do esporte, sem falar na família. Por isso mesmo, todas as representantes da Alpha Project são fora da curva”, exaltou Camila, presidente da ONG.

Magali Rosa colocou a Alpha Project no pódio do Brasileiro 2022 (Foto CBJJ)

Magali Rosa (à direita) colocou a Alpha Project no pódio do Brasileiro 2022 (Foto CBJJ)

Aos 35 anos, Magali é faixa-preta da Team Cruz, mãe, professora, primeira árbitra mulher da Federação Paulista de Jiu-Jitsu, campeã do SFT, além de ouro no Sul-Brasil e Sul-Americano da IBJJF. Ao seu lado, nomes como Gladys dos Santos, que também já conseguiu os principais pódios e mora dentro de uma academia, e Giovana Kutlak, multicampeã pela CBJJ, árbitra e vendedora de trufas para competir, representam a força feminina no Jiu-Jitsu.

“Cada uma dessas mulheres tem uma história de superação e a Alpha Project proverá, além da bolsa atleta, todo o suporte necessário de fisioterapia, suplementação, convênio médico e etc, além de cursos de gestão financeira e marketing pessoal, para quando elas encerrarem a carreira, possuírem um norte em suas vidas”, disse Camila.

“O Instagram da nossa ONG é @alpha.project.br, ela está devidamente regularizada e aceitando doações. Agora trabalharemos na captação de empresas de lucro real interessadas em obter desconto no imposto de renda e auxiliar nossas atletas a alçarem voos ainda mais altos no Jiu-Jitsu”, finalizou Natália.

Saiba mais sobre o trabalho da Alpha Project, aqui