Presidente e treinador principal da CBBoxe opinam sobre adiamento do Mundial de Boxe feminino
Se o Mundial de Boxe masculino foi realizado no final de outubro, em Belgrado, na Sérvia, o mesmo não se pode dizer do feminino. O mundial da modalidade entre as mulheres, que estava marcado para acontecer em Istambul, na Turquia, precisou ser adiado por conta de um problema que atinge o mundo já há quase dois anos: a pandemia da Covid-19.
Através de um comunicado, a Aiba (Associação Internacional de Boxe) confirmou o adiamento do importante torneio, que seria realizado entre os dias 6 e 19 de dezembro, justificando que o evento não será realizado este ano pelo fato de vários países estarem sofrendo com limitações e restrições de viagem provocadas pela Covid-19. Vale ressaltar que o último Mundial feminino foi realizado em 2019, em Ulan, na Rússia, onde, inclusive, a atleta Beatriz Ferreira sagrou-se campeã na categoria até 60kg.
“O feedback recebido é que muitas federações nacionais estão enfrentando situações difíceis e restrições em seus países. Diante disso, o conselho diretivo da Aiba, em consenso com a Federação Nacional Turca, decidiu adiar o Campeonato Mundial feminino para março de 2022”, disse o trecho divulgado pela federação.
Diante da confirmação do adiamento, a reportagem conversou com Marcos Brito, presidente da Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe), que deu sua opinião sobre o fato do Mundial feminino da modalidade não ser mais realizado este ano. Para ele, existe um lado bom, pelo fato das atletas poderem ter um tempo maior para descansar em meio a um calendário exaustivo. Porém, Marcos atentou justamente para o calendário de competições, que segundo ele, ficará ainda mais “inchado” no próximo ano.
“De início, estava incerta a realização do Mundial feminino, e depois, o adiamento se confirmou neste mês de novembro, mas era aquilo, né… Em um ano que já teve Olimpíadas, realizar os Mundiais gera um desgaste muito grande nos atletas. Então, de certa forma, essa questão de adiar o Mundial feminino, pelo menos, deu uma aliviada na preparação das meninas. Elas poderão descansar um pouco e a gente volta a treinar com toda a carga em janeiro para irmos em busca dos objetivos.
Agora, da forma como aliviou esse ano, complicou para o ano que vem. Tem muita coisa que estava programada para agora, como o Continental de Boxe, e já é outro torneio que vai para o ano que vem, em fevereiro. Se tiver o Continental em fevereiro e o Mundial feminino em março, teremos que readaptar todo nosso calendário. O próximo ano também está muito atribulado na questão de torneios, mas vamos fazer tudo o que for possível para manter os bons resultados. As meninas estão se mantendo em forma, mas voltam a treinar com toda a carga logo no início de janeiro, já visando o Mundial. Nossos planos é que terão que ser readequados e repensados, porque o calendário ficou realmente muito apertado, mas vamos trabalhar de maneira firme até o fim”.
Treinador principal da Confederação Brasileira de Boxe, Mateus Alves também opinou sobre o adiamento do Mundial de Boxe feminino, ressaltando que as atletas foram liberadas dos treinos nessa reta final de ano e deverão se reapresentar logo no início de janeiro, já visando a preparação para o Mundial de março, como conta a seguir.
“Já tínhamos sido avisados desde o final de outubro sobre o adiamento do Mundial de Boxe feminino. Com isso, liberamos as atletas para voltarem a seus estados (academias) e acredito que elas vão se preparar para o Campeonato Brasileiro, que será de 04 a 12 de dezembro, em Cuiabá. Já no dia 5 de janeiro, reintegra a seleção olímpica masculina e feminina em São Paulo, em nosso CT, e aí já iniciamos 100% a preparação para o Mundial, que está previsto para acontecer de 12 a 27 de março em Istambul, na Turquia. Infelizmente, essas questões de adiamento acontecem. Agora é manter os treinos de maneira firme quando as atletas se reapresentarem e continuar focado para o evento, que é importantíssimo em nosso planejamento”, concluiu.