Após grave lesão, Dudu retorna ao Bellator e comenta recuperação: ‘Me fez evoluir como pessoa’
Por Yago Rédua
Ex-campeão peso-galo do Bellator, Dudu Dantas sofreu uma derrota em apenas 58 segundos para Michael McDonald em julho de 2018. Além da derrota, o brasileiro fraturou a perna e precisou ficar afastado do MMA se recuperando. No entanto, nesta sexta-feira (15), no Bellator 215, o lutador encara Toby Misech em seu retorno.
À TATAME, Dudu disse que o “sonho” era ter uma revanche com McDonald, porém o norte-americano deixou o MMA em setembro. Ao fazer uma cirurgia no braço, a anestesia não foi bem aplicada e paralisou o bíceps do peso-galo, que precisou encerrar a carreira. O brasileiro pregou respeito, mas brincou ao dizer buscaria a revanche na “próxima vida”
“Gostaria muito (de uma revanche). É o meu desejo. Já tinha até pedido quando eu machuquei. Eu fiz esse pedido ao Bellator, tinha até recebido uma aprovação. Mas isso nunca mais vai poder acontecer. O MacDonald, na luta comigo, quebrou a mão e despedaçou os ossos da mão direita. Teve que fazer uma cirurgia, mas não foi bem executada. O médico errou a anestesia, que acabou atrofiando os músculos do braço dele. Ele perdeu um terço do polegar direito. A mão dele diminuiu um pouco. Ele até deu uma entrevista, falando que se Deus quisesse que ele parasse de lutar, Deus iria dar uma vitória rápida pra ele. Deus deu uma vitória rápida pra ele, mostrando que era a hora dele se aposentar. Fico triste, mas fico feliz por ele e torço para que seja bem feliz. Vou levar essa revanche para uma próxima reencarnação. Vou atrás dele (risos)”, disse o ex-campeão.
Confira a entrevista na íntegra com Dudu Dantas:
– Lidar com a grave lesão na perna
Nunca tive uma lesão séria, essa foi a minha lesão grave, mas já passou como todas as outras. Acidentes são indesejados e inesperados. Desde quando nos comprometemos a subir no cage, queremos a vitória e estamos dispostos a pagar o preço. Ou você se compromete com a vitória ou não. Infelizmente, aconteceu a lesão e tive que parar por ali.
– Processo de recuperação da lesão
O processo da recuperação foi muito rápido, mas até do que eu imaginava. Eu tive pessoas muito boas ao meu lado, a equipe da fisioterapia, o Dr Alexandre que fez uma ótima cirurgia… Teve o Alex, preparador físico, que sempre me motivou, e a minha esposa.
– Receio quando voltou a treinar
Não posso mentir e nem omitir, quando comecei a treinar os chutes, fiquei com medo de sentir muita dor. Fiquei com medo de tomar alguma torção nos treinos de Jiu-Jitsu, mas me fizeram lidar bem com esse medo. Já consegui domina-lo, inclusive, tomei uma chave de pé semana passada, deu uma esticadinha e vi que está até mais forte que antes (risos).
– Lições que aprendeu com a lesão
Eu sempre gostei de estudar dentro e fora do tatame. Essa fase que eu passei, tive que refletir bastante sobre as coisas que eu estava fazendo, como o que eu iria fazer. Aí, você vê que nós somos um pouco insignificantes. Por mais que nos planejamos, a vida vem e muda tudo. Nós estamos aqui mais para evoluir como pessoa, do que só como atleta. E tem acontecido bastante coisas que me fizeram repensar. Tudo veio para me motivar e me acendeu um fogo que eu não sentia há muito tempo. Nessa fase toda, o que mudou foi a minha forma de pensar, a minha cabeça. Essa fase pra mim foi boa para o meu crescimento como pessoa e atleta. Está sendo fundamental e não vejo a hora de colocar isso pra fora. Quando acho que cheguei ao meu limite, descubro que posso ir além.