Brasileiro revela que ‘entregou’ luta após ser ameaçado por homem armado no Afeganistão e desabafa: ‘Eu espero nunca mais passar isso’

Brasileiro revela que ‘entregou’ luta após ser ameaçado por homem armado no Afeganistão e desabafa: ‘Eu espero nunca mais passar isso’

À medida que o MMA se torna um esporte cada vez mais global, histórias “incomuns” e até então inéditas vêm à tona, em especial na Rússia e Oriente Médio. Um desses casos pra lá de bizarros aconteceu no evento TGFC 11, realizado em Cabul, capital do Afeganistão, no último dia 11 de fevereiro. Fazendo a luta principal da edição diante de Ahmed Wali Hotak – atleta da casa -, o brasileiro Leonardo Barbosa admitiu que abriu mão da vitória após ser abordado duas vezes e ameaçado por um homem armado. É isso mesmo que você leu!

Por meio de suas redes sociais, Leonardo confirmou que perdeu de maneira proposital, alegando que se sentiu ameaçado pelo homem armado. A postagem, posteriormente, foi colocada como privada no Facebook após o atleta receber várias mensagens de afegãos “agressivos”, o chamando de “mentiroso”. Barbosa revelou que um homem entrou no seu vestiário na noite da luta e “começou a gritar” em sua língua nativa. O brasileiro, inicialmente, não compreendeu o que foi falado, mas entendeu a “mensagem” quando o homem, supostamente, lhe mostrou que estava carregando uma arma de fogo. O lutador também citou que avistou o indivíduo de novo durante a luta, mais precisamente na área VIP do ginásio, bem próximo ao cage.

“Ele continuou gritando (durante a luta), extremamente agressivo. Ele chegou perto do cage entre os rounds e começou a dizer algo semelhante ao que disse no vestiário, mas com mais agressividade. Eu estava vencendo a luta, ganhei bem o primeiro round, meu adversário estava com o nariz quebrado e precisou de uma cirurgia no dia seguinte. Acho que poderia ter vencido, mas me senti incapaz de fazer qualquer coisa”.

“E então aconteceu, eu entreguei a luta. Voltei diferente para o segundo round e um monte de coisas estavam passando na minha cabeça. Eu tenho um filho, uma família. Ele me matar não era o meu maior temor, pois a repercussão seria gigantesca, mas eu não sei, as pessoas lá são um pouco complicadas. Aquela região ainda está em guerra, estão acontecendo atentados terroristas e as pessoas estão acostumadas com isso. Um carro explodiu enquanto eu estava lá e eles simplesmente isolaram a rua, com o exército colocando uma placa de desvio para outra rua e pronto, foi isso”, relatou o brasileiro em entrevista ao site MMA Fighting, revelando ainda que seu maior medo era ser hospitalizado ou acabar na cadeia.

“Nunca pensei que passaria por uma situação como essa e espero nunca mais passar por isso. Meu maior medo era que algo acontecesse e eu ficasse preso ali. Eu faria algo para lutar e defender minha vida. Não conheço as leis de lá. A primeira coisa que me veio à cabeça foi o medo de não poder sair daquele lugar, ser preso sem motivo ou ir para um hospital sem os meus documentos, apenas com o papel da imigração”.

Leonardo Barbosa viajou ao Afeganistão sozinho, pois seu empresário – única pessoa que o acompanharia na viagem – testou positivo para Covid-19 um dia antes da data marcada para sair do Brasil. O atleta, então, teve apenas a companhia de um iraniano, que conheceu durante sua estadia no Afeganistão. Aos 32 anos e lutador de MMA profissional desde 2010, Leo disse que seu passaporte foi guardado pela imigração no aeroporto de Cabul e só devolvido após o check-in para o voo de volta ao Brasil.

Por fim, o lutador falou que a torcida invadiu o cage logo após o triunfo do seu adversário e os organizadores o levaram para o hotel imediatamente, afirmando ainda que nunca mais viu o homem armado. Depois de um longo voo de volta, que contou com uma parada na Turquia, Leo chegou ao Brasil e revelou que lhe foi oferecida uma revanche diante de Ahmed Wali Hotak para o mês de maio, dessa vez em Dubai, nos Emirados Árabes. O peso-leve declarou que está disposto a aceitar um novo confronto. “Eu iria com uma estrutura diferente desta vez, com os meus córners. Eu nunca vou viajar novamente sem meus córners. Essa revanche será diferente. Eu acredito que posso vencer essa luta com facilidade, para falar a verdade”, concluiu o atleta.