Campeã do Bellator, Ilima-Lei Macfarlane relata abuso sexual de ex-professor na escola e move ação na Justiça do Havaí

Campeã do Bellator, Ilima-Lei Macfarlane relata abuso sexual de ex-professor na escola e move ação na Justiça do Havaí

Atual campeã do Bellator e uma das principais referências do MMA feminino, Ilima-Lei Macfarlane denunciou na Justiça do Honolulu, no Havaí, um professor da escola de Punahou School por abuso sexual. A ação foi tomada em conjunto com a irmã da atleta (Mahina) e mais uma mulher que não teve o nome revelado. A informação foi divulgada em primeira mão pelo Hawaii News Now nesta semana.

A lutadora revelou que o abuso sexual aconteceu há cerca de 15 anos, quando ele tinha 12 e a irmã 14 anos. Macfarlane contou que o professor de Basquete da escola, Dwayne Yuen, teria tocado em seu órgão genital e também oferecido dinheiro.

“Tive um relacionamento inapropriado com um adulto que estava em posição de autoridade e poder, quando tinha 12 anos e isso afetou 100% o que eu acho que é um relacionamento saudável”, disse a atleta.

Macfarlane contou que ela e a irmã denunciaram o professor para escola Punahou, mas que nada foi feito: “Não houve nenhum acompanhamento, o que foi especialmente doloroso porque eu amo Punahou. Eu acredito e sei que todos eles sabiam o que estava acontecendo e era como uma cultura lá”, concluiu.

O professor Dwayne Yuen não se manifestou sobre o caso. Já a Punahou School divulgou um comunicado à imprensa sobre o assunto, revelando que vem sendo feito uma investigação interna.

“Os relatos alegam abuso de 2004-2005 por Dwayne Yuen, ex-treinador de basquete feminino da nossa escola. No momento, estamos investigando esses relatórios e estamos comprometidos em trabalhar com os sobreviventes para encontrar resolução e cura”, disse o texto assinado por Robert Gelber, diretor de comunicação da escola.

Além das declarações à imprensa,  Macfarlane também fez um longo desabafo nas redes sociais e declarou que está pronta para buscar justiça contra Dwayne Yuen. Confira abaixo!

“Embora eu tenha sido uma voz forte para outras mulheres, criando minha bolsa de estudos para meninas nativas, ensinando defesa pessoal a elas, liderando retiros de cura para mulheres – nunca compartilhei minha própria história. Para ser sincera, eu estava negando e não queria admitir que isso me afetou tanto. Eu tenho que ser forte. Sou lutadora profissional.

Não consigo mostrar nenhuma vulnerabilidade. Não posso dar a ele a satisfação de saber o quanto ele se infiltrou em meus pensamentos, relacionamentos e vida, mesmo 15 anos depois. Mas aqui estamos nós. A hora é agora. E para todos os trolls que dizem: “Por que esperou tanto tempo?” Idiotas. Nós não “esperamos”. Minha irmã o denunciou à escola quando aconteceu e eles a jogaram para de baixo do tapete. Punahou sabia que eu era uma vítima e testemunha do abuso de minha própria irmã e nem se deu ao trabalho de me checar. Como resultado, fomos retaliados por ele e pelo programa de Basquete e tivemos que vê-lo todos os dias, ainda permitido no campus perto de menores.

Minha irmã e eu tentamos seguir em frente com nossas vidas até que ressurgiu em 2018, quando mais vítimas apareceram. Punahou alegou que eles estavam fazendo uma investigação interna, mas novamente, não me contataram e se recusaram a compartilhar os resultados da “investigação” com minha irmã.

Nojento, descobrimos que ele ainda está treinando e ensinando meninas menores. Então, aqui estamos agora, 15 anos depois, buscando justiça juntos. Ele não aguenta mais isso. Dwayne Yuen, seu tempo acabou.

PS: Escolhi essa foto não apenas pela solidariedade que eu e minha família temos juntos nesse processo, mas para mostrar a você quantos anos eu e Mahina tínhamos quando a violência e o abuso sexual começaram. Eu estava na 6ª série e ela (à direita) era uma caloura”. 

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Even though I’ve been a strong voice for other wahine toa—creating my scholarship for native girls, teaching self-defense to them, leading healing retreats for women—I never really shared my own story. To be honest, I was in denial and didn’t want to admit that it affected me as much as it did. I have to be strong. I’m a professional fighter. I can’t show any vulnerability. I can’t give him the satisfaction of knowing how much he infiltrated my thoughts, relationships and life even 15 years later. But here we are. The time is now. And for all the trolls saying, “wHy DiD u wAiT s0 l0nG?!” Idiots. We didn’t “wait”. My sister reported him to the school right when it happened and they swept it under the rug. Punahou knew I was a victim and witness to my own sister’s abuse and didn’t even bother to check on me. As a result we were retaliated against by him and the basketball program and had to see him everyday, still allowed on campus around minors. My sister and I tried our best to move on with our lives until it resurfaced in 2018 when more victims came forward. Punahou claimed they were doing an internal investigation but again, didn’t contact me and refused to share the results of the “investigation” with my sister. Disgustingly, we found out that he’s STILL coaching and teaching minor girls. So here we are now, 15 years later seeking justice together. He can’t get away with this anymore. Dwayne Yuen, YOUR TIME IS UP. P.S. I chose this picture not only for the solidarity that my family and I have together through this process, but to show you how old me and Mahina were when the sexual grooming and abuse started. I was in 6th grade and she (far right) was a freshman.

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