Coluna da Arte Suave: a importância do Jiu-Jitsu ser praticado por todas as idades; leia o artigo
Por Luiz Dias
Não é raro eu encontrar pessoas que confessam a vontade de treinar a nossa Arte Suave ou a vontade de voltar a treinar após anos ou décadas parados e ainda, na mesma frase, já colocam sua idade ou falta de condicionamento físico e até ambos como fatores impeditivos ou limitantes.
Outro dia escutei: “Sabe, sou faixa roxa eu penso em voltar, mas vou tomar carro de faixas azuis“, e preocupações em torno disso. O principal, para mim, é você querer voltar a treinar, ter outros parâmetros. O que vale é você se superar, vencer seus limites. O Jiu-Jitsu, quando bem orientado, pode ser praticado por todos, sem limite de idade. Fez o exame físico, o médico deu o atestado liberando para a prática. É comprar o quimono e ir ou voltar para o treino.
Idade e condições físicas são parâmetros para o professor planejar seus treinos. E você estabelecer metas. O principal é o próprio aluno vencer sua própria resistência, vaidade, timidez e insegurança. Não importa o motivo que bloqueia a ação de ir treinar, mas o primeiro movimento é superar essa resistência. Uma vez superada, escolhida a academia, é treinar de mente aberta, avaliando seus parâmetros particulares, idade, condição física, quantas vezes poderá treinar por semana, enfim, treine sem cobranças, começando sem exigências imediatas. Comece devagar, aprendendo posições, em breve dando uns treinos com seus amigos, essa é a ideia.
Quem sabe, no futuro, com o seu progresso como lutador, não desperte em você a vontade de competir no Master, Sênior ou Supersenior? O mais importante é treinar, cuidar do corpo e da mente. Sair do treino cansado, mas com a sensação de dever cumprido. Isso não tem idade e é muito recompensador.
Na minha academia, já vi alunos que se achavam fora da idade de treinar. Vão treinar levados por amigos e quando percebem que tinham uma visão errada, se tornam alunos aplicados, treinam muito, tentando recuperar o tempo parado. E depois de um tempo, percebem a mudança positiva no corpo, no aeróbico e na mente. Algumas qualidades o tempo pode ir tirando, como flexibilidade, agilidade, mas a vontade de treinar não se perde com a idade. Creio que o amadurecimento da pessoa até aquece a vontade de treinar mais e mais, pelo bem que a prática do Jiu Jitsu traz ao corpo e a mente.
Aceite o desafio, treine, não pense na sua idade. Pense que só em estar treinando, você está cuidando da sua saúde, vencendo barreiras mentais e conceitos culturais, servindo de exemplo para os seus amigos e para os mais jovens que, certamente, ao ver você treinando, os incentivam a treinar cada vez mais. Enquanto o lutador viver em busca de uma evolução técnica, refinamento das posições, tendo prazer em colocar o quimono, não será a idade um oponente. A prática do Jiu-Jitsu é um caminho que mantém o espírito jovem e o corpo numa harmonia com a mente. O corpo pode envelhecer, mas o espírito do lutador, não.
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