Homenagem ao pai falecido e ‘imitação’ de CR7: os pontos da vitória de Livinha Souza no UFC São Paulo

Homenagem ao pai falecido e ‘imitação’ de CR7: os pontos da vitória de Livinha Souza no UFC São Paulo

Por Diogo Santarém e Gabriel Carvalho

Livinha Souza teve uma estreia meteórica no UFC. A brasileira finalizou Alex Chambers no primeiro round do UFC São Paulo, realizado no último dia 22 de setembro, no Ginásio do Ibirapuera. Logo após o evento, em um bate-papo com jornalistas, a peso-palha contou a emoção do triunfo em seu debute no Ultimate e dedicou a vitória ao pai, falecido em 2017.

“Quando eu era de outra organização, faltavam 19 dias para eu lutar, era Dia dos Pais, estava na casa dele, esperando ele voltar da pescaria… Foi quando eu recebi a notícia que ele tinha falecido em um acidente de carro. Eu tive que juntar os cacos e partir para uma luta difícil contra a Janaísa (Morandin), que na época estava invicta. Ali, foi o momento chave da minha carreira. Naquele momento, todos viram que eu queria mesmo aquilo. Ali eu lutei com 10% da minha condição física e 90% de coração. Até errei em uma parte que eu não erro, que é o Jiu-Jitsu. Nesta luta (contra a Alex Chambers), provei para o mundo que eu sou bem forte e que, independentemente do que aconteça, posso me refazer e conquistar grandes coisas na carreira”, afirmou a jovem lutadora, de 27 anos de idade.

Livinha, que surge com grande expectativa do Brasil no UFC, analisou a sua vitória em São Paulo, explicou os erros que cometeu na luta, contou um pouco mais sobre a homenagem ao pai e disse ainda que imitou jogador Cristiano Ronaldo logo após finalizar a oponente.

Confira abaixo a entrevista na íntegra com Livinha:

– Análise da vitória contra Chambers

Eu esperava (vencer) em dois minutos, que nem ela fez na pesagem. Eu disse para os caras que ia vencer em dois minutos. Mas me contaram que eu estourei 21 segundos, mas tá bom. Eu acho que eu errei em algumas coisas na luta. Para a estreia, não é que está bom, mas foi tudo dentro do esperado. Pretendo voltar para a academia, treinar mais e melhorar mais. Sabemos que o UFC é uma organização cruel. Hoje eu venci, amanhã posso ser vencida. Tenho que encurtar as brechas e subir, pouco a pouco, na categoria.

– Influência do pai na sua carreira

Você vencer alguém não quer dizer nada, você vencer a si mesmo que é a grande vitória. Em todas as lutas, quando eu voltava (para casa), eu escutava o meu pai. Porque ele sempre, desde criança, nunca passou a mão na minha cabeça. Nunca estava bom, nunca era o suficiente. Ele sempre foi um cara bem crítico e duro comigo. Por ele ter sido assim na minha educação e na minha carreira esportiva, eu devo a ele estar aqui (no UFC).

– Homenagem ao pai após fazer o bigode

O apelido dele era ‘Bigode’, aí eu tive que homenageá-lo (risos), se eu falasse, no calor da emoção, não daria para entender tão bem. Por isso, mandei o bigodinho. Com certeza (o choro pelo pai). Quem conhece a minha história, sabe que eu fui para o Judô com 6 anos, porque eu era uma criança hiperativa. Fui tomando gosto e até hoje eu participo de competições. São 20 anos de competição. Não sou a melhor ainda, mas é que nem o Massaranduba fala: ‘Vou treinar para ser a melhor’. Não pretendo falar coisas sem sentido e pretendo provar a minha qualidade mesmo é saindo na mão, dentro do octógono.

– Trabalho para crescer dentro do Ultimate

Não tenho nenhum recado para a categoria, não. Vou seguir fazendo o meu trabalho da melhor forma para os meus amigos, minha família e a minha equipe. Quero agradecer a confiança das pessoas do UFC Brasil, que cara, eles fizeram de tudo para nos deixar confortáveis. Os meus treinadores, empresário fizeram de tudo pra eu me sentir confortável. Não fiquei espantada. Como disse: antigamente eu jogava videogame com esses caras e hoje estou ao lado deles tirando selfie (risos). Acho que isso não tem preço.

– Erros e comemoração do Cristiano Ronaldo

Os erros que eu cometi nessa luta foram principalmente na montada, porque eu treino mais com homens e estou acostumada com o volume de quadril ser maior. Ela meio que escapuliu da posição na hora que eu fui começar o castigo do ground and pound, ela começou a dar as costas. Eu peguei, lacei o pescoço para esperar ela fazer a volta e correr para as costas. Na hora que eu vi os treinadores dela falando para ela segurar o meu punho, vi que estava pegando e só esperei para ver a mãozinha dela no ar, só esperei para fazer um ‘sim’ (risos). E claro, homenagem ao Cristiano Ronaldo. Falaram que foi ao Chuck Liddell, máximo respeito por ele, mas foi para o Ronaldo (risos), um dos meus ídolos.