Pé de Pano cobra ‘respeito’ e analisa participação no IBJJF Pro League GP: ‘Cavalo paraguaio’

Pé de Pano cobra ‘respeito’ e analisa participação no IBJJF Pro League GP: ‘Cavalo paraguaio’

Por Diogo Santarém

Escalado no lugar de Roger Gracie no IBJJF Pro League GP, o veterano Marcio Pé de Pano está pronto para entrar em ação no próximo sábado, dia 26 de agosto, quando acontece o evento em Las Vegas, nos Estados Unidos. Em disputa estará um prêmio de 40 mil dólares (10 mil para o vice), mas que para o faixa-preta, não é seu objetivo principal. Aos 39 anos de idade, Pé de Pano é o integrante mais velho do Grand Prix dos Pesados, e com o anúncio do seu nome como substituto de Roger, vieram também algumas críticas nas redes sociais, prontamente respondidas pelo lutador.

Em entrevista exclusiva à TATAME, o faixa-preta – bicampeão mundial absoluto – cobrou respeito. O próprio lutador se considera um “azarão” na disputa, porém, reconhece o valor que agrega para a competição por conta do seu currículo, afinal, dos oito nomes presentes no GP, apenas ele, Marcus Buchecha e o também veterano Xande Ribeiro conseguiram realizar tal feito no absoluto mundial.

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Marcio vem de vitória sobre Gabriel Napão no Legends do Abu Dhabi World Pro (Foto divulgação UAEJJF)

“Li muita coisa (sobre a escolha do meu nome para substituir o Roger no GP) e acho que as pessoas têm que ter um pouco de respeito. Geralmente eu não ligo muito para isso, não vejo os comentários, mas dentro do GP, só eu, Buchecha e Xande somos campeões mundiais do absoluto, então, a galera pode falar que eu não estou em forma, coisa e tal, mas precisa ter respeito pelo meu nome, pelo que eu fiz. Isso não me faz favorito, claro, mas abrilhanta o evento, mais um campeão mundial lutando, não são todos que tem esse currículo”, afirmou Pé, que ainda garantiu chegar forte para o evento.

“Parte técnica em dia é balela… O Jiu-Jitsu é uma como uma plantinha, você precisa regar todo dia para ela continuar crescendo. Eu já passei por isso (deixar o esporte um pouco de lado), e a volta cobra. Então é aquilo, você precisa treinar todos os dias. Das outras vezes que eu voltei a lutar, não estava assim, me sentindo, não consegui fazer um camp. Agora não, estou chegando bem, preparado, para pelo menos mostrar que a velha guarda ainda dá um caldo (risos)”, opinou o veterano.

Confira os outros trechos da entrevista com Marcio Pé de Pano:

– Convite para participar do IBJJF Pro League GP

Na verdade, eu já vinha pedindo para eles (IBJJF) me colocarem no GP, mas eu não queria tirar a vaga de ninguém que merecesse mais que eu, então falei que se alguém desistisse em cima da hora, eles poderiam me chamar, e foi o que aconteceu (com o Roger). Para eu me testar, é um evento bem interessante. Isso já aconteceu antes (ser chamado perto do evento), em 2012, depois na luta contra o Xande Ribeiro e agora novamente, e desta vez estou pronto para o show.

– Influência e apoio do filho no retorno às competições

Estava lendo uma entrevista do Cobrinha, ele falando sobre o filho dele, que também luta, como o meu, e ele dizia: ‘Eu não posso falar para o meu filho o que fazer, eu preciso mostrar como é que se faz’. Depois dessa entrevista eu resolvi dar mais atenção ao esporte novamente, participar mais do dia a dia do meu filho como atleta, comecei a treinar. No início, altos e baixos, claro, mas depois do Legends (no World Pro), em abril, passei a me sentir melhor. Em maio já comecei a treinar forte de novo, senti o meu corpo melhor… O foco sempre é no Jiu-Jitsu, treino forte, mas depois que senti tudo bem comecei a olhar um pouco a parte de preparação física também, que é importante.

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Mesmo aos 39 anos, Pé de Pano garante que chega motivado e com o preparo em dia para o GP (Foto IBJJF)

– Filho lutando também e cobranças no dia a dia

Meu filho fica me cobrando muito para treinar, é meio cri cri (risos). Ele vem lutando bem, ganhando, se dedicando, então está cobrando o mesmo de mim. Ele está ficando mais nervoso quando eu luto do que quando ele mesmo luta (risos). Ele me cobra muito para treinar, bota pilha, mas eu faço a mesma coisa com ele. É muito legal poder viver isso, com certeza. Eu ainda estou aprendendo a separar essa coisa de ser pai e treinador, e muito difícil, sou muito emotivo, então, se eu pudesse ter escolhido, preferia que ele não lutasse, eu fico muito nervoso, então é um pouco complicado.

– Favorito para a conquista do Grand Prix

A gente precisa ser franco, porque o favoritismo vem das competições anteriores. Então, eu destacaria quatro nomes: primeiro o Bucheca, depois o Leandro Lo, João Gabriel e em quarto o André Galvão. Acho que esses quatro saem na frente. Depois, vêm os outros, fortes candidatos também, e eu lá atrás, como cavalo paraguaio, que ninguém acredita, mas às vezes ganha a corrida.

– Atração e importância do prêmio de US$ 40 mil

Pior que não (me atrai o prêmio). O dinheiro já foi importante pra mim um dia. Hoje, 40 mil dólares (cerca de 127 mil reais) não mudam a minha vida. Se fosse 1 milhão, aí sim mudaria (risos).