Vender bala no sinal para ajudar a família e mais: a vida de Clandestino candidato ao título no Pan

Vender bala no sinal para ajudar a família e mais: a vida de Clandestino candidato ao título no Pan

Por Yago Rédua

Cléber Clandestino, faixa-preta da Almeida Jiu-Jitsu, é uma das histórias de superação que ajudam a ilustrar o que é ser um atleta de alto rendimento no Brasil. O lutador, que irá competir o Pan da IBJJF, neste fim de semana, na Califórnia (EUA), tem como principal objetivo este ano ser campeão do Mundial da IBJJF. Em uma entrevista emocionante à TATAME, o peso-galo contou sobre o seu passado e as dificuldades financeiras enfrentadas.

“Eu conheci o projeto (da Almeida JJ) através do meu primo, que já treinava e me fez o convite. Daí pra frente, não parei mais. Deus a abençoou minha vida, com pessoas maravilhosas, como meus mestres Caio Almeida, Diogo Almeida e Gustavo Almeida. Considero esses caras como meus pais, eles sempre me incentivaram a ser grande, com muito trabalho e esforço fui seguindo a caminhada. Vendi bala no farol, vendi marionete, trabalhei de pedreiro e muitas outras coisas pra poder pagar os campeonatos e ajudar minha mãe com o que eu podia”, relembrou Clandestino, que seguiu relatando sua vida:

“Treinei muito a minha vida toda, para um dia ser um dos melhores, vinha direto da escola pra academia e ficava o dia inteiro treinando. Muitas vezes, minha marmita estragava, eu tirava a parte boa e jogava o resto fora e continuava o treino. Nunca foi fácil, mas Deus sempre abençoou minha vida! Hoje, pra honra e glória de Deus, já fui diversas vezes para fora do Brasil. Vivo do Jiu-Jitsu, graças as pessoas que Deus colocou no caminho”, apontou.

Confira a entrevista com Cleber Clandestino na íntegra:

– Início dentro do Jiu-Jitsu

Então, eu comecei a treinar Jiu-Jitsu em 2010 no projeto da Almeida JJ, onde eu faço parte até hoje. No início, foi muito difícil, porque eu não tinha condições financeiras, minha família não me apoiava muito porque ninguém via que um dia eu poderia viver do Jiu-Jitsu. Minha mãe e meus irmãos catavam papelão e coisas recicláveis na rua, pra vender e sustentar eu e meus irmãos. Tenho nove irmãos, eu sou o quinto, venho de uma família muito pobre, mas tenho muito orgulho, porque todos são muito trabalhadores e, graças a Deus, trouxe isso comigo e foi uma das principais coisas que me ajudou a chegar até aqui.

– Lições dos campeonatos e evolução

Eu amadureci muito com essas competições que eu cheguei no pódio. O que eu tirei de lição foi que eu tenho que acreditar mais em mim e sair na porrada (risos). Os treinos na Almeida são top. Tenho os melhores parceiros de treino e os meus mestres fazem um trabalho incrível com a gente. Tenho tudo pra ser campeão Mundial em 2019.

– Parceria entre Almeida e Atos

Então, a Atos é uma ótima equipe. É muito bom estar juntos dos melhores. Quando vamos pra San Diego (nos Estados Unidos), fazemos o camp da Atos, aproveitamos muito, mas o que faz a diferença é o trabalho que meus mestres fazem com a gente no dia a dia!

– Próximos objetivos na faixa-preta

Tenho muitas metas pra esse ano. Estou treinando muito! Mês de março lutei em Londres, o Grand Slam, e agora estou nos Estados Unidos pra lutar o Pan. Depois, tenho o o World Pro de Abu Dhabi! A meta é ser Campeão Mundial da IBJJF na faixa- preta.

* A cobertura do Pan de Jiu-Jitsu 2019 da IBJJF pela TATAME tem o patrocínio da Keiko Sports. www.instagram.com/keiko_sports / www.keikosports.com.br