Vitorioso em retorno ao UFC, Luigi Vendramini relembra longo período sem lutar: ‘Minha vida parou completamente’

Vitorioso em retorno ao UFC, Luigi Vendramini relembra longo período sem lutar: ‘Minha vida parou completamente’

* Após dois anos sem lutar, Luigi Vendramini fez seu retorno ao Ultimate no início de outubro, quando entrou em ação no UFC on ESPN 16 e precisou de pouco mais de um minuto para nocautear Jessin Ayari de maneira impressionante. O desempenho trouxe alívio para o brasileiro, que durante o período afastado passou por sérias lesões, enfrentou duas cirurgias no joelho, o que se somou ao fato dele ter sido derrotado por Elizeu Capoeira em sua estreia na organização, em 2018.

Motivado com o grande resultado obtido em sua volta ao octógono, Luigi agora pensa nos próximos planos a serem traçados. Com apenas 24 anos, Vendramini espera fazer um novo duelo entre o final de 2020 e o início de 2021, mas ressaltou que o momento é de cautela visando a sequência da sua carreira no MMA profissional, que até o momento conta com nove vitórias e somente uma derrota.

“Quero continuar ganhando experiência, lutar com os caras mais conhecidos para ganhar experiência, porque só tenho dez lutas na carreira. Quero ir devagar, afinal, tenho apenas 24 anos. Quero lutar, continuar vencendo, tirar alguns bônus, e na hora certa, pegar um adversário mais ranqueado e iniciar minha trajetória rumo ao cinturão. Agora quero me aprimorar como atleta, enfrentando caras do meu nível”, disse.

Ao longo da entrevista à TATAME, o brasileiro falou sobre a sensação de ter retornado com uma vitória importante após dois anos de inatividade, as dificuldades durante o período que esteve sem lutar, a importância do seu pai – e treinador – ao longo da trajetória nas artes marciais, entre outros assuntos.

Confira a entrevista com Luigi Vendramini:

– Retorno ao UFC com belo nocaute no primeiro round

Foi um momento mágico. A gente tinha passado por muita coisa, veio a derrota na estreia, depois duas cirurgias no joelho, uma lesão no ombro 15 dias antes da luta. Estávamos abençoados naquele dia. Eu estava até vendo no meu Instagram, naqueles itens arquivados, ali eu pude perceber que eu treinei demais. Desde que fui liberado para voltar aos treinos, no dia 15 de março, até o dia da luta, eu fiz dois a três treinos por dia todos os dias. Eu até falei para o Minotauro, um dia antes da luta, que eu iria nocautear rápido e ganharia o bônus. Eu estava muito treinado e sabia o que fazer, tinha certeza que sairia da luta vitorioso.

– Período de dificuldades nos dois anos sem lutar 

Nesses dois anos que fiquei lesionado, passei por muitos problemas pessoais, financeiros e psicológicos. Foi a primeira vez que perdi, isso foi muito brutal, depois vieram as cirurgias. Eu estava em posição de xeque-mate, não podia fazer nada. Não podia treinar, não podia limpar minha derrota, não estava ganhando dinheiro… Minha vida parou completamente e para mim só restava esperar. Foi um momento muito difícil pra mim. Eu entrei um menino no UFC e voltei como um homem para essa luta. O sofrimento me calejou.

– Emoção e importância do seu pai/treinador na carreira

Meu pai foi o começo de tudo. Se não fosse ele, aquele nocaute não teria acontecido e eu não existiria no mundo da luta. Ele me formou como pessoa e atleta, é um herói e uma base para mim. Ele está comigo desde as competições de Judô que eu disputava, quando eu tinha 12/13 anos. Ele foi em todas as minhas lutas de Judô, Jiu-Jitsu, Muay Thai, MMA, sempre me treinou, me proporcionou os melhores treinos e ajudou em tudo. Tudo o que eu faço na luta e na vida é pela minha família. Aquele momento no octógono foi incrível, a gente tirou um peso das costas. Sofremos demais com a derrota na estreia, depois vieram as cirurgias, os problemas da pandemia, porque meu pai e minha mãe são comerciantes, então passamos muitas dificuldades. Essa vitória foi só o começo, eu ainda quero colocar o cinturão do UFC no meu pai.

– Treinamentos e planos para retornar ao octógono

Eu lutei no sábado, no domingo acordei e já fui treinar (risos). Estou treinando normalmente e pedindo para o meu empresário uma luta para o mês de dezembro ou janeiro, se Deus quiser vou conseguir. Pelo caminhar dos meus treinos, terei mais uma grande performance na minha próxima luta, porque estou muito motivado e confiante, com treinos melhores. Encontrei o equilíbrio perfeito e farei melhor na próxima.

* Por Mateus Machado