Preguiça exalta título absoluto no ADCC e projeta superluta com Galvão em 2019: ‘Estarei muito melhor’
Por Mateus Machado
Atleta com diversos títulos conquistados ao longo da carreira, Felipe Preguiça chegou ao ápice da sua trajetória na arte suave no final de setembro, na disputa do ADCC 2017, realizado em Espoo, na Finlândia. Em sua categoria, até 99kg, o faixa-preta ficou com a medalha de prata, sendo derrotado por Yuri Simões na grande final. No entanto, o mineiro voltou ainda mais forte para as lutas do absoluto e, com uma bela campanha, tornou-se campeão, com destaques para a finalização sobre Marcus Buchecha na semifinal e a vitória sobre Gordon Ryan, que vinha sendo a sensação do torneio, na final do peso aberto.
Com o ouro conquistado no peso aberto, Preguiça entrou para o seleto grupo dos campões absolutos do ADCC. Em entrevista exclusiva à TATAME, a fera da Gracie Barra BH exaltou seu feito e comparou a conquista com o Mundial da IBJJF, realizado todo ano, em Long Beach (EUA), e tido como o principal torneio do Jiu-Jitsu atualmente.
“Eu acho que, com certeza, o ADCC e o Mundial da IBJJF são os dois melhores títulos para a carreira de qualquer atleta. E sendo o título absoluto do ADCC e do Mundial, são as maiores conquistas na trajetória de um lutador dentro do Jiu-Jitsu. Para alguns, o ADCC é maior, para outros, o Mundial… Na minha opinião, os dois possuem a mesma importância, são duríssimos de competir e são muito prestigiados. Eu acho que o ADCC, talvez, seja um pouco mais desgastante, pelo fato das lutas poderem ser de 20 a 40 minutos e também serem muitas lutas. Mas em termos de importância, sem dúvida, são os dois maiores títulos”, disse Preguiça, que ainda analisou sua derrota para Yuri Simões na final da categoria, expondo sua insatisfação com a arbitragem, mas também enaltecendo Yuri.
“Eu acho que na minha luta contra o Yuri (Simões), sinceramente, houve um erro de arbitragem. Os árbitros deram os pontos ali muito rápido… Eu fiquei três segundos no chão, ou menos, e os juízes já deram os pontos. No ADCC, se você reparar nas lutas, os árbitros demoram 5, 10, 15 segundos para dar os pontos, você precisa realmente segurar seu oponente no chão… É um campeonato até bem famoso por isso, por ser uma competição difícil de pontuar. E eu achei que os juízes, ali, deram os pontos muito rápido, eu estava bem na luta. Mas isso não tira o mérito do Yuri, que estava muito bem, muito preparado, com muita vontade de ganhar, e está de parabéns. Mas eu acho que foi isso que decidiu essa luta. Para falar a verdade, essa luta da final, acho que se não tivesse terminado assim, talvez eu teria entrado no absoluto de forma diferente… Eu fiquei muito chateado de ter perdido a final, então eu entrei muito motivado no absoluto, entrei com muita vontade de ganhar, e acredito que isso fez uma diferença enorme. É aquela velha frase… ‘há males que vêm para o bem’, e acho que se encaixou perfeitamente”, afirmou.
Com o título absoluto conquistado, Felipe Preguiça está credenciado a fazer a superluta do ADCC, na próxima edição do torneio, em 2019. O atleta, de 26 anos, terá pela frente o experiente André Galvão, que na competição deste ano derrotou Cláudio Calasans (campeão absoluto em 2015) e emplacou sua terceira vitória consecutiva nas superlutas.
“O André Galvão tem feito um ótimo trabalho. Venceu as três últimas superlutas do ADCC, venceu bem, é um atleta duríssimo, com e sem quimono… Está com o jogo bem sólido e acho que não poderia ter alguém melhor para eu fazer essa superluta, a não ser ele. Acho que caiu certinho, realmente foi o destino, porque eu e ele temos uma história de lutas, de rivalidade, então podem apostar que vou treinar muito para essa luta, muito mesmo, como eu nunca treinei. Eu sei que é só daqui a dois anos, mas eu já estou pensando nela, já estou motivado, querendo treinar, corrigir e melhorar o que eu puder melhorar, e podem ter certeza que em 2019 vocês vão ver um Preguiça com muita vontade, preparado e muito melhor que em 2017”, finalizou o faixa-preta, projetando grande duelo com Galvão.