Artigo: as lições do Mundial de Jiu-Jitsu 2018 e as atitudes que enobrecem o esporte; confira

Artigo: as lições do Mundial de Jiu-Jitsu 2018 e as atitudes que enobrecem o esporte; confira

* Temos mesmo é que agradecer ao aprendizado que este Mundial de Jiu-Jitsu nos proporcionou. O que falar do campeonato que imortalizou o excelente atleta Marcus Buchecha, que entra para a história como o maior vencedor de todos os tempos, superando a lenda Roger Gracie em número de títulos mundiais? As marcas estão ai mesmo para serem superadas, e novos heróis surgirão a cada campeonato e a cada luta.

Neste Mundial tivemos também o atleta Bruno Malfacine como o maior vencedor dentro de uma única categoria (peso-galo), outro recorde digno de louros e comemorações, afinal ser vencedor por anos dentro do mesmo peso não é realmente tarefa para qualquer um.

Todo nosso respeito ao grande Felipe Preguiça que mostrou superação, força de vontade e determinação hercúlea para vencer sua categoria mesmo lesionado e comprometido em sua funcionalidade. Mas, como diria outra lenda, Walid Ismail: “é selva, não Disneylândia”.

Porém, o “grand finale”, e nosso maior aprendizado, veio do grande campeão desse Mundial, o ícone do Jiu-Jitsu Marcus Buchecha, que em um ato que apenas os grandes campeões possuem, cedeu a vez para a realização do sonho de seu grande amigo Leandro Lo em se tornar campeão mundial absoluto, fato que já tentara outras vezes, porém bateu na trave. Buchecha, com 11 títulos, poderia saltar para 12 e ficar ainda mais difícil de ser alcançado. Mas, em um gesto nobre, levanta a mão de seu companheiro, colocando-o no lugar mais alto do pódio da categoria mais importante do Jiu-Jitsu. Foi um lindo exemplo e uma prova que mesmo em competições, podemos ser companheiros e amigos também.

No artigo anterior, perguntei o que podíamos aprender com as competições. Buchecha, Malfacine e Preguiça deram essa resposta de uma maneira que nem os mais apaixonados pelo Jiu-Jitsu poderiam imaginar. Parabéns, arte suave, por mais uma bela página de sua história escrita por esses samurais. E muito obrigado, Buchecha, por ser da arte suave!

* Jorge Felipe Columá é Dr. em Ed. Física, coordenador pedagógico da Team Nogueira e docente da disciplina de praticas pedagógicas em lutas na UNISUAM