Coluna da Arte Suave: a importância que deve ser dada para a imagem do Jiu-Jitsu; leia e opine

Coluna da Arte Suave: a importância que deve ser dada para a imagem do Jiu-Jitsu; leia e opine

Recebi alguns e-mails, e já venho recebendo e-mails há um bom tempo, perguntando a minha opinião sobre a onda de vídeos no Instagram e no WhatsApp, de lutadores fazendo performances, ao meu ver, completamente equivocadas, se distanciando muito da filosofia marcial. 

Até pouco tempo, encontrávamos somente vídeos sobre entrevistas de lutadores e posições de Jiu-Jitsu. Hoje em dia, encontramos muitos “memes”, que na minha opinião eu não gosto, acho completamente desnecessários, e que não contribuem para a imagem do Jiu-Jitsu, muito pelo contrário. 

Nós praticamos uma arte marcial que tem um longo e bravo histórico da Índia até chegar aos dias atuais. Acredito que o tempo traz novidades, mas creio que certos pontos não podem ser mudados e devem ser respeitados. Creio que a busca por uma fama rápida na internet e likes não devem ser levadas para os tatames por vídeos que em nada contribuem para o Jiu-Jitsu, independente de terem um conteúdo agressivo ou não. 

Alguns são engraçados, bem bolados, acho legal. Inclusive, têm algumas contas no Instagram que sigo, que fazem memes muito bons. Mas muitos, infelizmente, são completamente sem noção. Alguns, no meu ponto de vista, são ridículos. Certos memes eu percebo que para alguns, como viver o Jiu-Jitsu está distorcido. Vejo, sim, uma vontade de aparecer a todo custo, ignorando o bom senso. 

Os samurais foram os primeiros a perceber como é importante o equilíbrio da mente diante da vida, da conduta correta e no combate, o Bushidô  (武士道). Sempre tive a filosofia unida a luta ser uma parte muito importante para o desenvolvimento do lutador dentro e fora dos tatames, a sua conduta. Hoje, as grandes organizações também começam a se preocupar com a conduta de seus atletas fora dos ringues, alguns já foram até desligados de grandes eventos por conduta não condizente a imagem dos mesmos. 

Empresas e patrocinadoras não querem sua imagem associada com más condutas, e creio que nem as academias querem também. Aprender ou “entender” o Jiu-Jitsu apenas como uma rotina de golpes e movimentos é reduzir e muito a nossa Arte Suave. Aliar à filosofia marcial e à técnica é ampliar o conceito da arte marcial que abraçamos e vivemos. 

A arte da guerra de Sun Tzu já foi levada para o mundo empresarial com o título “A arte da guerra para os homens de negócios”. A filosofia tem que caminhar junto do lutador desde o seu início na faixa branca como em todos os momentos em sua evolução até a tão desejada faixa preta. A nossa conduta no cotidiano, a imagem ou memes que são divulgados na internet representando a nossa Arte Suave devem contribuir e não prejudicar uma arte marcial que sonha em se tornar esporte olímpico. Creio que o lutador deve ser o somatório de treino, habilidades técnicas e o conhecimento da filosofia da sua arte marcial, e hoje em dia, bom senso quando se quer fazer memes. Esse texto reflete apenas a minha opinião, em resposta aos e-mails que recebi.

Para mais informações, veja www.instagram.com/luizdiasbjj/ ou entre em contato pelo e-mail [email protected]. Também conheça o www.geracaoartesuave.com.br/.

* Por Luiz Dias