Maluko abre o jogo sobre demissão no UFC, cita negociação com outros eventos e mira retorno: ‘É questão de tempo até eu voltar ao Ultimate’
* Contratado pelo UFC em 2017, Markus “Maluko” chegou à organização ainda invicto no MMA, com 10 vitórias, e com a “credencial” de ter sido campeão peso-médio pelo evento LFA. No entanto, a passagem do brasileiro pela companhia não foi das melhores. Das sete lutas que fez no Ultimate, foram cinco derrotas (sendo as últimas três consecutivas) e apenas dois triunfos contabilizados. Dessa forma, após ser superado por Dalcha Lungiambula, em janeiro, por decisão unânime, o lutador acabou sendo dispensado pela franquia.
Com 30 anos e um cartel de 12 resultados positivos e cinco derrotas, Maluko quer um recomeço em sua carreira, mas isso não significa, propriamente, o desejo de “virar a página”. Em conversa com a TATAME, o paulista revelou que esteve em negociações com os eventos Titan FC e LFA, todavia, mesmo em caso de acerto com uma nova organização, o retorno ao UFC está em seus planos num futuro próximo.
“Eu fiz uma autocrítica total, desde a primeira até a última luta que fiz no UFC. Desde a primeira luta, eu não consegui mostrar meu verdadeiro trabalho. Eu ia lutar agora, no Titan FC, mas adiaram a luta, não sei por quais motivos, então não sei se vou lutar por eles ou pelo LFA, com quem também estou em negociação. Estou treinando mais do que estava treinando para as lutas no UFC. É só questão de tempo até eu voltar para o Ultimate”, projetou.
Confira a entrevista na íntegra com Markus Maluko:
– Como recebeu a notícia da sua demissão? Já esperava?
A notícia da demissão do UFC veio através do Alex Davis (empresário), que me falou que iriam me desligar do plantel e eu respondi que já imaginava que isso iria acontecer. Na verdade, eu já até estava pedindo isso para o Alex, para ele falar para o pessoal do UFC que eu não estava com a cabeça boa e que eu queria sair mesmo. Foi uma coisa que, de fato, eu já estava esperando que acontecesse.
– Autocríticas e análise da passagem pelo UFC
Eu fiz uma autocrítica total, desde a primeira até a última luta que fiz no UFC. Desde a primeira luta, eu não consegui mostrar meu verdadeiro trabalho. Entrei na organização invicto, com 10 vitórias, daí perdi uma luta por bobeira. Na verdade, todas as minhas derrotas foram por bobeira. Teve uma luta em que eu realmente estive mal, contra o Andrew Sanchez, mas ainda assim, eu achei que venci esse duelo. Outra lembrança que tenho é da luta contra o Wellington Turman, em São Paulo, que eu recebi a notícia do meu filho faltando 10 minutos para começar a luta, e eu não consegui ficar com a cabeça na luta, não sabia nem o que estava fazendo. É f***, são muitas coisas que passamos e que eu posso falar agora. Ninguém vê os bastidores, ninguém sabe o que acontece por trás.
– Planos para retorno ao UFC e negociação com outros eventos
Eu ia lutar agora, no Titan FC, mas adiaram a luta, não sei por quais motivos, então não sei se vou lutar por eles ou pelo LFA, com quem também estou em negociação. Estou treinando mais do que estava treinando para as lutas no UFC. É só questão de tempo até eu voltar para o Ultimate.
– Ainda tem objetivo de voltar ao UFC ou não? É possível fazer uma boa grana fora da organização?
Fazer grana fora do UFC, hoje em dia, é a coisa mais fácil. Porque você vê muito evento pagando bem e os melhores estão no UFC, então é mais fácil fazer grana fora de lá. Tem muito lutador bom fora do UFC também, mas são coisas de momento. Mas o meu foco não é fazer dinheiro, o meu foco é voltar para o UFC. Quero ir até o fim no que eu comecei, não quero desistir disso e vou correr atrás.
– Por fim, como vem mantendo a forma e o psicológico em dia enquanto aguarda para retornar?
O meu psicológico e minha forma física estão melhores em relação à minha época do UFC. Estou treinando bem demais, cabeça boa, focado e estou determinado em retomar minha carreira e me tornar um lutador perfeito, completo. Estou trabalhando em todas as áreas e treinando muito para isso. A próxima vez que vocês me verem no octógono, vão ver um cara novo, diferente, sem pressão e sem problemas. Um cara feliz. Quero mostrar para mim mesmo onde posso chegar e ainda quero ser o melhor do mundo.
* Por Diogo Santarém