Coluna da Arte Suave: no Jiu-Jitsu, nem todo atleta que muda de equipe é ‘creonte’; leia e opine
Em seu novo artigo na TATAME, Luiz Dias opina sobre o atleta de Jiu-Jitsu que opta por trocar de equipe; leia o texto na íntegra
Em seu novo artigo, Luiz Dias falou sobre o caso em que um atleta de Jiu-Jitsu troca de equipe (Foto: Reprodução)
* Um feliz ano novo para todos os leitores da TATAME e para todos os fãs de Jiu-Jitsu. Recebi dois e-mails de leitores praticamente com o mesmo questionamento, e cada um tentando entender quase a mesma situação em suas respectivas academias, em caso que pode acontecer com todos nós. Ambos me perguntando como eu reagia “quando um aluno me comunicava que vai para outra academia por motivos de mudança de residência ou por impossibilidade de conciliar horários por motivos de trabalho ou estudos. Se é certo ser tratado como um creonte pelo pessoal da sua equipe”.
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Mudanças de rotinas, horários de trabalho ou de estudos, todos nós podemos passar. Uma mudança até no mesmo bairro, já aconteceu comigo como professor. Já tive alunos que se mudaram para um local mais distante e foram treinar em outras academias de Jiu-Jitsu. Por vezes é impossível mesmo treinar na sua academia de origem. Aqui já vivenciei isso diversas vezes. Há um tempo, um aluno meu saiu daqui na faixa roxa, porque foi morar no Leblon, ficando difícil vir treinar aqui comigo, e recebeu a faixa preta na academia de um amigo meu.
Outro exemplo foi um aluno que casou, foi morar num bairro distante e treinou em outra academia. Quando voltou a morar aqui perto, ele retornou aos treinos de Jiu-Jitsu comigo e a vida continua. Esse tipo de mudança de academia acontece, eu não vejo porque serem tratados como creontes, serem hostilizados por seus parceiros de treinos. Eu entendo e creio que é melhor estarem treinando do que pararem. Não encaro essa “mudança” como falta de fidelidade, o laço de amizade continua.
Como professor de Jiu-Jitsu, creio que você tem que entender que isso pode acontecer e não vejo como certo eu tratar esse aluno como um creonte. Eu quero que ele treine sempre, porque sei como o Jiu-Jitsu fez e faz bem para a minha vida. Temos de fortalecer as amizades, independentes dos escudos, e não hostilizar seu aluno ou amigo que precisa mudar, e como professor, não fomentar hostilidade a ele para os alunos que ficaram. E as rivalidades entre academias devem ficar nas áreas de lutas nos Campeonatos.
É importante entender a decisão de um aluno seu. Viajei para Bali e encontrei por acaso na praia um amigo, Antonio “Kapincho” Dias, head coach de Gracie Sidney, de férias também. Somos amigos há muito tempo, mas nunca treinamos sob o mesmo escudo. Conversamos sobre vários assuntos pertinentes ao Jiu-Jitsu e o curioso é que falamos desse tema também. A rivalidade saudável deve ficar somente na área e na hora da luta.
Chegando ao Rio, tinha recebido esses e-mails desses leitores da minha coluna. Nós treinamos para nos aperfeiçoarmos como pessoas, sermos racionais e entender que às vezes a vida não nos deixa escolher. Ou treinamos em outro lugar e até mesmo em outra equipe, porque é a única possibilidade, ou não treinamos. Professor e parceiros de treinos têm de entender que essas mudanças não são “traições” ao meu ver não são creontes. O Jiu-Jitsu tem de se unir, fazer amizades e respeito aos amigos de luta. Cada um sabe da sua vida, do seu caminho. Quando se vê assim, todos nós ganhamos.
Para mais informações, veja www.instagram.com/luizdiasbjj/ ou entre em contato pelo e-mail [email protected]. Também conheça o www.geracaoartesuave.com.br/.
* Por Luiz Dias