Coluna da Arte Suave: a importância do Jiu-Jitsu conectado à filosofia da luta e conduta do atleta

Em seu novo artigo, Luiz Dias falou sobre a importância do atleta de Jiu-Jitsu estar sempre conectado à parte mental

Coluna da Arte Suave: a importância do Jiu-Jitsu conectado à filosofia da luta e conduta do atleta

Em seu novo artigo, Luiz Dias falou sobre a importância do atleta de Jiu-Jitsu estar sempre conectado à parte mental (Foto: Reprodução)

* Muitos lutadores têm, no nosso Jiu Jitsu, um estilo de vida. Infelizmente, o ensino do Jiu-Jitsu em algumas academias foi desconectado da sua parte filosófica. O objetivo principal ficou restrito apenas à finalização do oponente e nada mais. Por vezes, foco total em campeonatos… É claro que ter bons resultados em campeonatos é importante e recompensador para atletas e professores. Mas, infelizmente, a filosofia da luta, a própria conduta do lutador dentro e fora dos tatames eram colocadas em segundo plano. 

No entanto, atualmente, em muitas academias, a filosofia e a conduta começam a ter importância também. Sempre tive em meus conceitos a filosofia unida à luta ser uma parte muito importante para o desenvolvimento do caráter e da técnica do lutador. Hoje, as grandes organizações também começam a se preocupar com a conduta de seus atletas fora dos ringues e tatames. Alguns já foram até desligados. Empresas patrocinadoras não querem sua imagem associada com más condutas, e creio que nem as academias de Jiu-Jitsu as querem também. 

Além disso, uma boa formação intelectual ajuda na clareza de pensamento no momento da luta, a mente aberta para decidir a melhor estratégia, o melhor movimento ou o melhor golpe para finalizar o combate, e também o controle da respiração ajuda o lutador a alcançar o melhor resultado em uma competição ou em treino. O lutador de Jiu-Jitsu tem que estar sempre com o pensamento à frente, movimentos precisos e outros delineados mentalmente como resposta a qualquer movimento executado pelo seu oponente. 

Aquele que luta apenas parando o movimento do seu adversário nunca terá um desenvolvimento técnico e dificilmente terá grandes vitórias. Aprender ou “entender” o Jiu-Jitsu apenas como uma rotina de golpes e movimentos é reduzir em muito a nossa arte suave. Aliar a filosofia marcial à técnica é ampliar o conceito da arte marcial que abraçamos e vivemos. Não é por acaso que o Jiu-Jitsu também é chamado de “xadrez do corpo”. A arte da guerra, de Sun Tzu, já foi levada para o mundo empresarial com o título: “A arte da guerra para os homens de negócios”, mostrando a importância do intelecto nas lutas. 

A filosofia tem que caminhar junto do lutador, desde o seu início na faixa branca como em todos os momentos em sua evolução, até a tão desejada faixa preta. E na faixa preta o estudo continua, porque o aprendizado é incessante. Cada dia no dojô sempre surgem novas situações que necessitam ou originam reflexões e um exercício mental para avaliar o que fazer. 

Quando um lutador de Jiu-Jitsu deixa o medo ou a raiva dominar sua mente, ela para e se torna um alvo fácil para sofrer até uma finalização inesperada. Os samurais foram os primeiros a perceber que a meditação, estudar o bushido, na construção intelectual de cada lutador, se torna um fator tão importante, que é o equilíbrio da mente diante do combate e levar a conduta correta para fora dos tatames também.

Creio que o lutador deve ser a união de tempo de treino, habilidades técnicas e físicas. O conhecimento do Bushido, o livro Arte da Guerra, de Sun Tzu, também é muito interessante. Recomendo ambos os livros. Sempre no meu dojô conversamos sobre esses aspectos, sejam eles técnicos ou filosóficos. Eu creio ser muito proveitoso.  

Para mais informações, veja www.instagram.com/luizdiasbjj/ ou entre em contato pelo e-mail [email protected]. Também conheça o www.geracaoartesuave.com.br/.

* Por Luiz Dias

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