Artigo: as artes marciais ajudam as crianças a ficarem menos agressivas? Leia e opine sobre o tema

Artigo: as artes marciais ajudam as crianças a ficarem menos agressivas? Leia e opine sobre o tema

* Ultimamente essa pergunta está sendo frequente em clínicas psicológicas e psicopedagógicas, como por exemplo: o meu filho é uma criança agressiva, tem dado muito trabalho na escola, todos os dias tenho recebido por escrito reclamações sobre o seu comportamento, não sei o que fazer. Caso o meu filho comece a praticar artes marciais, ele irá piorar? 

Antes de responder essas perguntas, vamos fazer uma breve introdução do que é agressividade. A agressividade é um impulso normal no ser humano. De acordo com Ferreira e Wiezzel, quando o bebê nasce, ele traz impulsos amorosos e agressivos, e à medida que vai sendo cuidado pelos pais, passa a construir vínculos afetivos e a desenvolver seu relacionamento interpessoal. É por meio da sensação de ser protegido e cuidado e dos limites que lhe vão sendo impostos que a criança vai alicerçando sua personalidade, conforme especialistas.

A criança pequena não tem condições de controlar seus impulsos. Por isso, precisa de limites, é como se ela pedisse para levar uma bronca, é como se o adulto ajudasse a criança a manter o controle. O problema é que, atualmente, não são muitas as crianças que podem contar com essa base sólida e tão importante chamada família. Infelizmente, inúmeras crianças não têm em casa referências básicas que possam ser seguidas, imitadas e tidas como modelo.

Para Winnicott (1982), o que diferencia um indivíduo do outro são as maneiras de manobrar esses impulsos, extraídas da experiência do indivíduo com o meio em que vive e das relações que estabelece com outras pessoas. Uma pessoa pode tender para agressividade, enquanto outra dificilmente demonstrará qualquer sintoma agressivo. É de se esperar que, em geral, crianças muito agressivas vivam em lares onde os pais resolvem tudo na base da estupidez, do grito, do castigo exagerado. Sendo assim, é impossível que essas mesmas crianças não aprendam a comportar-se do mesmo jeito estúpido dos seus pais, potencializando mais ainda sua natureza agressiva, diferente de crianças que têm em casa modelos de pais menos agressivos.

Quando surge a agressividade das crianças pequenas, muitos pais não conseguem controlar seus filhos, não entendem que muitas vezes a agressividade infantil é uma forma de comunicação, pois como dito anteriormente, não conseguem ainda entender o que sentem, e muito menos verbalizar. 

Atualmente, esses pais trabalham muito, ao ponto de deixar a educação dos filhos nas mãos de terceiros, apelando para todos os tipos de esportes, sem buscar conhecer os benefícios ou até mesmo criticando, como no caso das artes marciais, associando como esporte violento e competições sem limites. Então vamos entender as artes marciais e suas funções.

Nota: Artes marciais são disciplinas físicas e mentais utilizadas em diferentes graus, que tem como objetivo um alto desenvolvimento de seus praticantes para que possam defender-se ou sobrepujar seu adversário mediante diversas técnicas. Atualmente, são utilizadas para treinamento militar, policial, defesa pessoal e como esporte. O que diferencia as artes marciais da mera violência física (briga de rua) é a organização de suas técnicas num sistema coerente de combate visando o desenvolvimento físico, mental e espiritual.

Conforme Andreia Calçada, a agressividade na criança é normal e vai depender de fatores ambientais para o seu desenvolvimento adequado ou não. Tais fatores ambientais estão diretamente ligados à estrutura psicológica dos pais, à forma como estes reagem ao mundo contemporâneo e à inversão de valores que nos rodeia.

Sendo assim, as artes marciais como esportes podem ajudar as crianças agressivas a manter o autocontrole, resistência cardiorrespiratória, coordenação motora, força física, mental e espiritual e obediência como parte fundamental em seu desenvolvimento.

Referencias:

  • CALÇADA, Andreia.  Comportamento Agressivo na Infância: Revista Psique vol.108 pg. 26, 2015. 

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Quem sou eu? Mônica de Paula Silva, também conhecida como Monica Lambiasi, é graduada em Pedagogia desde 2004. Concursada pela Prefeitura de Embu Guaçu – SP, atua há 13 anos como psicopedagoga clínica, área na qual é pós-graduada desde 2006. Em 2008 concluiu pós-graduação em Didática Superior, e em 2009 concluiu pós-graduação em Educação Especial e Educação Inclusiva. Já em 2017 concluiu pós-graduação em neuropsicopedagoga, e atualmente estuda psicanálise e neurociência. Também é escritora.

Contatos: WhatsApp (11) 99763-1603 / Instagram @lambiazi03

* Por Mônica de Paula Silva