Artigo: esquizofrenia infantil – a importância do professor compreender o transtorno mental grave

Novo artigo publicado na TATAME fala sobre a esquizofrenia infantil, causas e tratamento; leia e saiba mais sobre o tema

Artigo: esquizofrenia infantil – a importância do professor compreender o transtorno mental grave

Novo artigo publicado na TATAME fala sobre a esquizofrenia infantil, causas e tratamento (Foto: Reprodução/@almeidasantosfabricio)

A esquizofrenia infantil é uma doença mental rara, mas grave, no qual as crianças e adolescentes interpretam a realidade de forma anormal. Ela envolve uma série de problemas cognitivos (do pensamento), comportamento e emoções, podendo resultar na presença de alucinações (percepções irreais, como escutar vozes), delírios (crenças irreais), pensamentos e comportamentos extremamente desordenados, que prejudicam a capacidade funcional da criança.

A esquizofrenia, de início precoce, é uma condição comportamental rara, afetando cerca de um ou dois em cada mil estudantes, sendo os meninos duas vezes mais acometidos que as meninas.

Quais são as causas: A esquizofrenia é uma condição médica importante, tem origem neurobiológica e está relacionada com alteração cerebrais químicas de ordem genética. Estudos científicos evidenciam que alterações genéticas estão envolvidas em associações com fatores ambientais.

Para se ter uma ideia da importância dos fatores genéticos nessa doença, se uma pessoa é portadora de esquizofrenia, a chance de um filho apresentar o problema é dez vezes maior, se comparado com filhos de pais sem a patologia. Apesar de haver fortes indícios da origem genética da doença, aspectos ambientais também devem ser considerados, pois estudos indicam que eles podem funcionar como gatilhos para o disparo dessa grave condição comportamental.

Isso significa que crianças que apresentam possíveis alterações de genes ligados à esquizofrenia, quando expostas intensamente a agentes ambientais agressores, como uso de drogas, estresse, violência doméstica física e emocional, negligência e pobreza extrema, podem ter esses genes ativados para a doença.

Dessa forma, essa interação entre genética e agentes estressores ambientais pode desencadear a esquizofrenia, e a manutenção dos agentes estressores pode piorar e agravar os sintomas da doença, interferindo ativamente no curso, no prognóstico e na gravidade da patologia. 

Caso clínico:

Paulo é um menino de 13 anos de idade, filho de pais separados, vive com a mãe no estado de São Paulo. A mãe de Paulo procurou o psiquiatra após se preocupar com o comportamento estranho do filho nos meses anteriores à consulta. 

Paulo fora sempre uma criança tímida, com poucos amigos, mas com um bom desempenho acadêmico. De repente começou a se isolar de todas as crianças, seu desempenho acadêmico caiu muito e ele se desinteressou pelo Jiu-Jitsu e pelo futebol, atividades praticadas com entusiasmo há anos.

Ele passou a falar repetidamente sobre uma vizinha que desejava matá-lo pela recusa do jovem em contar a ela o “segredo do vampiro amaldiçoado”, sussurrando em seu ouvido sobre a vida da vizinha. Paulo tinha perdido hábitos de higiene como escovar os dentes, e se recusava a tomar banho, pois dizia que uma magia criada pela vizinha iria contaminá-lo para sempre.

Paulo passou urgentemente por uma avaliação médica comportamental completa, fez exames sanguíneos complementares, iniciou sessões de psicoterapia cognitiva comportamental com treinamento em habilidades sociais e foi receitado a medicação antipsicótico. 

A escola e a academia de artes marciais foram orientadas a incluir Paulo nas atividades escolares e nos treinos de Jiu-Jitsu. 

O caminho para diagnosticar a esquizofrenia na infância às vezes pode ser longo e desafiador. Em parte, isso ocorre porque outras condições, como depressão ou transtorno bipolar, podem ter sintomas semelhantes. 

O diagnóstico da esquizofrenia deve ser feito por profissionais de saúde mental como psiquiatra. Psicoterapia e o uso de medicamentos antipsicóticos geralmente são tratamentos indicados. Em alguns casos, também são recomendados os chamados tratamentos psicossociais, como a terapia ocupacional. Sendo assim, a esquizofrenia não tem cura, mas tem tratamento. 

Referência 

  • TEIXEIRA, Gustavo – Manual dos transtornos escolares: entendendo os problemas de crianças na escola/ Gustavo Teixeira – 2° edição – Rio de Janeiro, 2013. 

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Quem sou eu? Mônica de Paula Silva, também conhecida como Monica Lambiasi, é graduada em Pedagogia desde 2004. Concursada pela Prefeitura de Embu Guaçu – SP, atua há 15 anos como psicopedagoga clínica, área na qual é pós-graduada desde 2006. Em 2008 concluiu pós-graduação em Didática Superior, e em 2009 concluiu pós-graduação em Educação Especial e Educação Inclusiva, em 2017 concluiu pós-graduação em neuropsicopedagoga e em  2022 concluiu pós-graduação em Jornalismo – A importância da ética no jornalismo na atualidade, publicado na Revista Evolucione, pág. 203 https://revistaevolucione.ibra.edu.br/  e atualmente estuda psicanálise e neurociência. Também é escritora.

Contatos: WhatsApp (11) 99763-1603 / Instagram: @lambiazi03

* Por Mônica de Paula Silva

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