Coluna da Arte Suave: a importância do Jiu-Jitsu em momentos difíceis da vida; opine
* Fiquei pensando em um assunto para encerrar o ano e, de início, cheguei a um tema: entrega de faixas realizadas. Lutadores felizes com a graduação, alguns frustrados com a tão esperada faixa que não veio. Quando algo não acontece como esperamos – a graduação que não veio, por exemplo -, ou seja por um problema de qualquer origem, pessoal, profissional, sentimental ou financeiro, esses pensamentos tentam nos abater.
Creio que o melhor caminho é ir treinar e conversar com o seu professor. Não estou dizendo contestar a graduação que não veio, mas procurar saber em que ponto ou pontos você não alcançou o que seu professor esperava. Sei bem o que estou escrevendo, porque muitas vezes explico aos meus alunos algo a ser melhorado para merecer a graduação. A evolução no seu Jiu-Jitsu acredito ser parte do treinamento.
Também existem motivos pessoais e familiares. Eu vivi um drama pessoal por cinco anos e, há dois anos, essa luta foi perdida. Então, posso dizer a vocês, não deixem de ir aos treinos. Encare e derrote seus medos, suas tristezas ou insatisfações. Mesmo que percam a vontade de treinar, se forcem, treinem pouco, mas treinem. E treine sem se impor resultados, treine para melhorar. Essa endorfina produzida nos treinos, e com as amizades dos tatames, irão te dar um bom suporte para esses momentos. Muitas vezes, deixei de ir treinar, tomado pelo desânimo, e vi que era pior. Então, meus amigos e amigas, vamos ter o Jiu-Jitsu como um hábito saudável em nossas vidas, onde possamos melhorar nossas lutas pessoais.
Tenham certeza que, nesses momentos, colocar a endorfina para correr em nossas veias só fará bem. Campeonatos são emocionantes, sim, visitar academias também, sempre é bom, mas em certos tempos, estarmos entre nossos amigos de treinos e lutarmos, mesmo sem o foco, porque problemas extra tatame nos atrapalham, nesses casos, a concentração age como um grande exercício, um caminho para o autocontrole. Vejo quase como uma forma de meditação dentro do Jiu-Jitsu, como comparação.
Quando percebi o efeito que me fazia, mesmo sem treinar nas minhas aulas, ficava vendo os treinos dos meus amigos e alunos, e isso acabava me relaxando, e muitas vezes me forçava a treinar. Outras vezes ia na academia de um amigo, dávamos treinos e depois ficávamos conversando. Esses pós-treinos foram muito importantes na minha caminhada, e mesmo hoje, ainda sigo praticando essa conduta.
Sei que falar é fácil, mas eu vivi esses momentos e posso afirmar: não deixem de treinar por desânimo, até mesmo que esse desânimo seja originado por não ter alcançado ainda os resultados em campeonatos que você deseja. Treine, tente só pensar na luta que acontece naquele momento. Nunca deixe de treinar como resposta para um problema, o Jiu-Jitsu irá alavancar seu dia e seu ânimo. Treine, estude posições e treine mesmo que a mente não ajude naquele momento. Não se entregue nunca ao desânimo. Seus problemas passarão, e então, seu Jiu-Jitsu fluirá mais ainda. Essa coluna é dedicada a todos que lutam com doenças terminais, e a todos que acompanham esses guerreiros e guerreiras na constante batalha.
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* Por Luiz Dias