Coluna da Arte Suave: Jiu-Jitsu e a polêmica envolvendo o uso de substâncias proibidas; leia e deixe a sua opinião

Coluna da Arte Suave: Jiu-Jitsu e a polêmica envolvendo o uso de substâncias proibidas; leia e deixe a sua opinião

* Hoje, no Instagram da TATAME, vi um post questionando sobre o doping no mundo do Jiu-Jitsu. Nessa volta aos treinos, muitos querem retornar à forma física da maneira mais rápida e efetiva possível, e nessa busca incessante pela forma e rendimento físico, muitos usam drogas proibidas por lei, e que num curto espaço de tempo, também fazem um grande mal a saúde. 

Essa busca pelo alto rendimento não é uma questão atual, muito pelo contrário. Pesquisando suas origens, encontrei relatos que creditam que, na China, há uns 4000 anos, os chineses usavam o chá “machuang”, que possuía um percentual alto de efedrina para potencializar a força física e, assim, aumentar a produção do trabalho rural. Na dinastia Chen, em 2700 a.C., esse chá era usado pelos lutadores chineses para dar força e mais vigor físico. Alguns registros, por volta de 800 a.C., descrevem o uso de certas ervas, fungos e óleos para melhorar a performance dos atletas. Os gladiadores também utilizavam algumas receitas para melhorar seus desempenhos nos combates. Essa prática chegou no Século 19 com o consumo de uma bebida à base de folhas de cocaína para estimular os atletas. No final do Século 19, já nos primeiros jogos da Era Moderna, o uso de certas substâncias como aditivo era uma prática muito utilizada. 

Como podemos ver, esses recursos são uma prática antiga, mas quando transpomos isso para a esfera esportiva, somente para o uso esportivo – competição, principalmente as lutas -, vem a pergunta: “Para vencer, vale tudo mesmo?” Será que o atleta que utiliza o doping se sente vencedor no seu íntimo? Seria campeão se não tomasse substâncias ilícitas? Levantar uma medalha sabendo que infringiu as leis esportivas é gratificante para o atleta? Como e por que acontece essa decisão? 

São perguntas em que encontraremos pessoas defendendo os dois lados. Os esteroides anabolizantes que desenvolvem os músculos e garantem a força e a potência são muito utilizados por lutadores e outros atletas em diversas modalidades. Mesmo sabendo que podem pagar com sérios problemas de saúde ou até mesmo com a vida por causa dessas substâncias, o uso, infelizmente, ainda é muito difundido. 

Uma coisa é certa: muitos atletas prejudicam a sua saúde, e o corpo vai responder essa pergunta com o tempo. Ganhar, já escrevi isso várias vezes, sempre é o que todo lutador deseja, e deve lutar por isso. Mas cuidar do corpo, da saúde e respeitar as leis que visam justamente preservar a saúde do atleta tem de ser seguidas. Também não entendo ou não consigo ver como um atleta pode comemorar uma vitória ou um título sabendo que está usando recursos proibidos para alcançar aquele objetivo.

Os professores, em suas academias, deveriam alertar seus alunos contra essa prática antidesportiva, esclarecer os malefícios para a saúde, o aumento de agressividade, problemas cardíacos, dentre outros. Ganhar por mérito próprio, essa é a vitória plena. Ganhou porque treinou, suou nos treinos em sua academia, fez preparação física, controlou o peso e estudou posições com o seu professor. Creio que esse é o caminho que o lutador deve buscar, uma vitória limpa.

Para mais informações, veja https://www.instagram.com/luizdiasbjj/ ou entre em contato pelo e-mail [email protected]. Também conheça o http://www.geracaoartesuave.com.br/. Oss!

* Por Luiz Dias