Coluna da Arte Suave: uma análise sobre a polêmica de ‘assinar’ a faixa de um aluno no Jiu-Jitsu; opine

Coluna da Arte Suave: uma análise sobre a polêmica de ‘assinar’ a faixa de um aluno no Jiu-Jitsu; opine

* Tudo que escrevo são, em sua maioria, fatos que vivenciei aqui na minha academia. E esse fato, em específico, ocorreu antes da pandemia. Desde então, eu tenho pensado nisso. O que fazer quando chega um lutador novo na sua academia para se matricular já dizendo ter uma faixa roxa, marrom ou preta, e logo nos primeiros treinos você não acha que ele está à altura da faixa que afirma ser. Inclusive, o atleta me pediu para que eu o registrasse na federação porque queria competir o mais breve possível. 

De imediato perguntei: você não tem nenhum registro na federação? Então sinto muito, mas cabe ao seu professor que lhe deu a faixa, não a mim. Não estou aqui julgando critérios de graduação de nenhum professor. Mas estou comentando um episódio que deve ocorrer com muita frequência nas academias. 

É um ponto mais específico para os professores. Assinar uma graduação para alguém que acaba de chegar na academia, você está legitimando aquela faixa com o seu nome. É um assunto muito polêmico. Será que ele ganhou mesmo essa faixa ou até mesmo “se graduou”? Já assisti vídeos de professores fazendo o aluno tirar sua faixa da cintura e colocando outra faixa abaixo, aceitando o comando do professor.

A graduação é algo muito subjetivo, cada professor tem seus critérios e entendimentos. Creio que a graduação dada por um professor é critério dele. Eu, particularmente, não o registraria na federação com aquela faixa. Ao mesmo tempo que não pediria a um aluno para retroceder de faixa, também me sinto à vontade para não fazer o registro na federação. Por isso, tenho minha filiação nas federações e confederações, porque vejo como um dever do professor e direito do aluno em ser registrado. Assim, o aluno registrado fica respaldado em sua graduação e pode comprovar caso vá para outra academia no futuro.

Já tive alunos que chegaram com uma faixa na cintura e perguntei se tinham carteira da federação ou da confederação, e como não tinham registro algum, explico que pode treinar, mas eu não assino por ele em nenhuma entidade que sou filiado com a minha academia enquanto não achar que ele está à altura da faixa. Por minha vez, sempre falo para os meus alunos se filiarem, independentemente se querem competir. 

Vejo como dever meu, de professor, alertá-los sobre isso. Infelizmente, muitos não buscam se legalizar por diferentes motivos, mas tenho a consciência tranquila que minha obrigação de professor eu fiz. Porque, ao chegar na faixa preta, você pode se tornar um professor. Cabe também aos alunos se assegurar que seu professor é registrado, porque estão se certificando que, ao chegar na preta, podem ter o seu registro. 

Para mais informações, veja https://www.instagram.com/luizdiasbjj/ ou entre em contato pelo e-mail [email protected]. Também conheça o http://www.geracaoartesuave.com.br/. Oss!

* Por Luiz Dias