Coluna da Arte Suave: os tipos de treino e a importância do respeito ao companheiro de equipe; leia e opine

Coluna da Arte Suave: os tipos de treino e a importância do respeito ao companheiro de equipe; leia e opine

* Creio que cada lutador tenha em mente que certos treinos, que não são somente treinos, o foco é finalizar, submeter o parceiro. Todo lutador gosta de um treino duro, puxado, que o desafie, que o deixe cansado no final da luta. É importante cada lutador saber que hora do treino é hora do treino, lutar para vencer, buscar a finalização. Mas muitas vezes, lutadores quando são finalizados levam para o lado pessoal. 

Tem lutador que deixa “adoçar o sangue”, não treinam tão focados em vencer, mas seu parceiro, sim. Ele treina para finalizar. E então ele se sente como se fosse “enganado”. Respeite sempre seu parceiro de luta, mas lute para vencer. Se treinou fazendo corpo mole, sem atenção e foi finalizado, não culpe seu amigo. Chegou a hora da luta, fique atento, mente em alerta. Valorize seu treino e o treino que seu amigo está te proporcionando. 

Também existe o outro lado, aqueles lutadores que lutam e lesionam outros constantemente, em situações desnecessárias. É claro que acidentes e fatalidades acontecem, mas muitas lesões poderiam ser evitadas justamente se houver uma consciência do lutador que saiba diferenciar treino duro de grosseria. Um treino duro significa pegada firme, posições justas, raciocínio rápido, boa estratégia, um bom fôlego para não perder vencido pelo cansaço e ser finalizado. Um bom nível técnico para que possa fazer o movimento correto no tempo certo, deixando o adversário sem opções, sem tempo para reagir ou levando ele para a posição que você considera ideal para finalizá-lo. 

Existem lutadores que você pode treinar inúmeras vezes e não se machuca, mesmo ele sendo mais pesado ou não, e ao fim da luta, você sabe que deu um ótimo treino. Você se esforçou ao máximo para superá-lo, e se superar. O cansaço vem com uma sensação de satisfação, porque você sabe que valeu tanto esforço. São aqueles treinos que guardamos na nossa memória, e ficamos ansiosos por outro treino desse tipo. 

Eu falo sempre para os meus alunos que treino duro não é associado à grosseria. Mas quando se tornam sempre repetitivos com certos lutadores, o professor deve sinalizar e até os próprios parceiros de treino que ele tem de rever sua maneira de treinar. Um lutador lesionado, afastado dos treinos, é menos um treinando, e assim todos são prejudicados. 

Vamos respeitar e preservar nossos parceiros de treinos. Sem parceiro de treino, não existe luta. Por vezes, acompanhamos lutadores mais graduados esmagando iniciantes. O que querem provar? Um lutador técnico sabe dosar suas finalizações, sabe deixar num nível de ajuste o golpe, que permite que o adversário possa dar as “três tapinhas” sem deixar ali uma lesão, principalmente se é um treino de academia. Entendo que luta de campeonato é uma outra situação. Por um outro lado, esses lutadores que vão lesionando seus parceiros, muitas vezes, nas próprias academias, acabam com o decorrer do tempo ficando sem treino, já que a maioria, além de treinar, trabalha e estuda, e sabe que ao fazer um treino com eles podem ser lesionados, o que pode trazer muito transtorno no seu cotidiano, e até os afastando de um campeonato que se aproxima. 

Então, naturalmente, acabam evitando treinar com eles, e por vezes até saem da academia. Creio que, quanto mais, um lutador vai se aperfeiçoando tecnicamente, buscando novas posições e variações, modificando sua rotina, inovando, mais ele vai se afastando de um treino truculento e seu treino vai ficando melhor, mais lutadores vão querer lutar com ele. A certeza de um treino duro, sem grosserias, é o desejo de qualquer lutador ao ir para sua academia, buscando sempre a sua própria evolução. 

Para mais informações, veja www.instagram.com/luizdiasbjj/ ou entre em contato pelo e-mail [email protected]. Também conheça o www.geracaoartesuave.com.br/.

* Por Luiz Dias